No dia 15 de dezembro deste ano (2023), vão completar 60 anos que o Flamengo empatou com o Fluminense em 0 a 0 na final do Campeonato Carioca de 1963. Por ter feito melhor campanha no decorrer da competição, o Mengão conquistou o troféu estadual com o empate sem gols. Naquele dia, as arquibancadas do Maracanã contavam com 194.603 pessoas, sendo que 177.020 eram pagantes, para assistir aquele Fla-Flu que decidiria a competição. Simplesmente o terceiro maior público da história do futebol, superado apenas por Brasil 1 a 2 Uruguai, em 1950, e Brasil 4 a 1 Paraguai, no ano de 1954. Por outro lado, este é o recorde de público em um jogo disputado por clubes.
Um desses presentes era um jovem de apenas 19 anos, Renato da Cunha Valle. Ele estava na arquibancada aproveitando o intervalo nos treinos de preparação da Seleção para o campeonato sub 20 de 1964. Posteriormente ele ganhou fama e passou a ser conhecido apenas como Renato, o Aranha Negra, um dos maiores goleiros da história dos dois clubes daquela final emocionante. Renato jogou ainda na Seleção Brasileira e disputou a Copa do Mundo de 1974 na Alemanha. Em 1971, foi campeão brasileiro pelo Atlético Mineiro. Nascido em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, ex-goleiro de futebol de praia, meu amigo de muitos anos, Renato reside há anos em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
Comandados por Flávio Costa, os jogadores do Flamengo estavam prestes a trazer um troféu de campeão carioca para o clube depois de sete anos da última conquista. Com isso, o time rubro-negro entrou em campo para administrar o resultado que o favorecia, enquanto o Fluminense, que contava com nada mais nada menos do que Fleitas Solich como treinador, partiu para o ataque desde os primeiros minutos de bola rolando.
Mesmo com toda a pressão exercida pelo Tricolor das Laranjeiras, o Fla conseguiu segurar o resultado graças ao goleiro Marcial (amigo pessoal de Renato), que foi o grande personagem do jogo e responsável pelo título, fazendo grandes defesas ao longo da partida. A mais simbólica de todas aconteceu já nos minutos finais, quando Escurinho atacante do Flu tentou fazer um gol de cobertura mas acabou sendo impedido pelo camisa 1 do Mengão de maneira espetacular.
Fluminense: Castilho, Carlos Alberto, Procópio, Dari e Altair; Oldair e Joaquinzinho; Edinho, Manoel, Evaldo e Escurinho. Técnico: Fleitas Solich.
Flamengo: Marcial, Murilo, Luiz Carlos, Ananias e Paulo Henrique; Carlinhos e Nelsinho; Espanhol, Airton, Geraldo II e Osvaldo II.