Quem sou eu

igorbaima

Desde criança no Rio de Janeiro, onde nasci, quando a minha preocupação era apenas andar de bicicleta, jogar futebol, torcer para o Fluminense, ir à praia e subir em árvore para comer Jamelão, que sonhava em ser repórter.

Tinha um vizinho chamado Jorge que trabalhava em um jornal da cidade que não lembro o nome. Curioso, um dia perguntei ao Jorge como ele conseguia escrever no bloco de papel o que o entrevistado dizia. Ele explicou mas não consegui compreender. Era muito criança . Tinha em torno de 10 anos.

Fui crescendo, estudando no Colégio São Bento, no Metropolitano e no Acadêmico, no Humaitá. Chegou a hora de cursar o pré – vestibular. Corria o ano de 1973. Entrei para o curso Miguel Couto-Bahiense, na av. Nossa Senhora de Copacabana. Como meu pai é cirurgião dentista resolvi prestar vestibular para Odontologia. Para sorte dos futuros clientes não passei na prova para Odonto na UFRJ.

Na minha sala no cursinho estudava o Paulo Roberto. Éramos muito amigos. Ele trabalhava na Tv Globo na produção de um programa chamado Tv Globinho. Paulo Roberto me convenceu a fazer inscrição para o vestibular de Comunicação na Faculdade Estácio de Sá . Passei para a Estácio e comecei a estudar em 1974. Em junho de 1975 fui para Brasília. Estudei na UnB e depois no Ceub. No CEUB editava o jornal Esquina e com isso não precisava pagar a faculdade.

Correio Braziliense

Em maio de 1976 , comecei a trabalhar na editoria de Esportes do Correio Braziliense. O editor era o José Natal. Tinha outro repórter, o Irlam Rocha Lima. Em 1980, fui contratado pela EBN – Empresa Brasileira de Notícias. Trabalhava à noite na área esportiva e durante o dia na área política. No Correio Braziliense fiz uma matéria que deu repercussão nacional e até fora do país. Entrevistei o técnico Bugue, do Anápolis (GO) e ele disse com todas as letras: “A maioria dos treinadores das divisões de base dos clubes de futebol é homossexual”. Quando trabalhava nos dois empregos fui cobrir a Copa do Mundo da Espanha em 1982. Viajei o tempo todo – na ida e na volta – no avião fretado pela CBF para a Seleção Brasileira. Estava no estádio Sarriá quando houve a triste derrota para a Itália. Por coincidência que sentou ao me u lado durante o jogo foi a atriz Marilia Pera.

Quando retornei da Espanha resolvi sair da cobertura esportiva e ficar somente na cobertura política. Foi difícil sair. A direção do jornal queria que eu ficasse. Era prata da casa. Demorou mas consegui deixar o jornal.

EBN e Rádio Nacional

a EBN tive grandes oportunidade. Viajei o mundo inteiro, como para cobrir o enterro do Imperador Hirohito, em Tóquio, no Japão. Muralha da China, Kremlin, Vaticano, Casa Rosada etc … No Brasil, fui setorista do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Raramente ia nos ministérios da área econômica. Fui o primeiro repórter a entrar ao vivo no programa radiofônico A Voz do Brasil. Rodei o pais várias vezes. Não apenas nas capitais mas no interior. Vi nascer, por exemplo, cidades como Lucas do Rio Verde, no interior de Mato Grosso. Eram colonos que deixaram Ronda Alta, no Rio Grande do Sul e ganharam lotes de terra em solo matogrossense.

Trabalhei simultaneamente com a EBN como correspondente no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, e na rádio Guaiba. Saí da EBN em 1985 logo após cobrir o calvário do presidente Tancredo Neves no Hospital do Coração em São Paulo. Passei rapidamente pela assessoria de imprensa do Ministério das Comunicações e fui cobrir as atividades do Palácio do Planalto para a rádio Nacional. Novamente, rodei o mundo inteiro. E o Brasil também, de norte a sul de leste a oeste.

Certa vez, estava no Comitê de Imprensa do Palácio do Palácio do Planalto quando veio a notícia do sequestro de um avião da Vasp. O sequestrador queria jogar o avião no Palácio mas foi demovido pelo comandante da aeronave. Antes, atirou e matou o subcomandante da aeronave. O avião pousou em Goiânia e foram várias horas de negociação com a polícia. O sequestrador acabou sendo morto pelos policiais.

No dia seguinte, de volta ao Comitê pego a Folha de S.Paulo e leio na transcrição das conversas entre o seqüestrador e a polícia uma conversa que nem eu sabia: vou me entregar mas antes quero dar uma entrevista para o Irineu Tamanini da rádio Nacional. O sequestrador era garimpeiro no Pará e diariamente acompanhava o noticiário da rádio. Em nenhum momento no dia anterior fui chamado para ir a Goiânia. Certamente, a polícia deve ter mandado um policial no meu lugar.

TSE

No início de 1989 enfrentei o meu maior desafio profissional. Deixar de ser repórter e passar a ser assessor. Fui convidado pelo ministro Francisco Rezek, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para estruturar toda a cobertura de imprensa das eleições presidenciais, a primeira após 25 anos de regime militar. Nunca passara pela minha cabeça deixar um dia de ser repórter. Reportagem sempre foi a minha cachaça. Experiência fantástica. Virei até gente na coluna “Gente” da maior revista brasileira, a Veja. A revista publicou – não sei como eles contaram – que eu era O porta-voz das urnas – Tamanini: 1200 entrevistas. Terminada a eleição o ministro Rezek foi convidado para ser Ministro das Relações Exteriores. Como não era diplomata – apenas jornalista – legalmente nao poderia assumir nenhum cargo na chancelaria. Permaneci no TSE.

Palácio do Planalto

Em março de 1990, recebi um convite dos jornalistas Cláudio Humberto e Pedro Luiz Rodrigues para ser subsecretário de imprensa do Palácio do Planalto. Conhecia o Pedrinho, que também é diplomata, há muitos anos. Aceitei o convite e durante dois anos formamos, eu e o Pedro, uma dupla perfeita no Palácio do Planalto. Trabalhar com o Cláudio Humberto não teve nenhum mistério. Inteligente, um gentleman, apreciador de bons vinhos, Cláudio deixava toda a responsabilidade de apoio aos jornalistas credenciados com os seus dois subsecretários.

Durante muitos anos fui repórter setorista no Palácio do Planalto. Comecei a cobrir a Presidência da República no governo Figueiredo e depois no governo Sarney. Adorava ser repórter. Nunca imaginara que um dia ia trabalhar do outro lado do balcão. Mais uma vez, agora como assessor, tive oportunidade de viajar por todo o país e por muitos países. Uma experiência fantástica.

Pouca gente sabe mas consegui liberar o restaurante do Palácio, que fica no anexo, para que os jornalistas pudessem almoçar. Tudo pago como deve ser. Consegui aparelho de televisão e fax (naquela época era fax) novos junto à Receita Federal. Outra medida interessante foi a compra de uma máquina de café porque o Palácio do Planalto resolver, por contenção de gastos, cortar o cafezinho em geral. Foi criado na minha sala o “Point do Tamanini”. Virou até notícia na revista Istoé.

Autorizado pelo Cláudio Humberto, aceitei em 1991 o convite do ministro das Relações Exteriores, Francisco Rezek para coordenador a segunda viagem ao Brasil do Papa Joao Paulo II. Continuei o meu trabalho normal na Presidência da República. Montei uma equipe extraordinária, toda ela com funcionários da própria Secretaria de Imprensa. Todos trabalharam duplamente. Assinei mais de 6 (isto mesmo, seis) mil credenciais. Fiquei responsável por um grupo de jornalistas brasileiros e estrangeiros que fretaram um Boeing para conseguir acompanhar toda a viagem do Papa. Sucesso absoluto.

Também organizei, a pedido do Cláudio Humberto, a visita do presidente da República à Antártica. Todos os jornais, rádios e emissoras de televisão que tinham setorista fixo no Palácio foram convidados a viajar para o continente gelado. Montei uma sala de imprensa dentro do navio Barão de Tefé e outra no interior da Estaçao Antártica Comandante Ferraz. O ponto alto da cobertura foi o discurso na neve feito pelo presidente Fernando Collor. Esticamos fios do interior da base até o local do discurso. Conseguimos transmitir ao vivo o discurso para as rádios brasileiras.

Outra organização importante que participei no meu período na Presidência da República foi da Rio-92. Eu e o Pedro Luiz Rodrigues levamos quase toda a equipe da assessoria de imprensa para o Rio de Janeiro. Uma equipe fantástica. Tudo deu certo.

Logo depois, decidi sair da Presidência da República.

TSE novamente

A convite do ministro Sepúlveda Pertence, do STF e presidente do TSE, voltei para o tribunal a fim de organizar a cobertura de imprensa da segunda eleição presidencial no país. Depois, fui com ele para a assessoria de imprensa do STF; posteriormente novamente para o TSE na terceira eleição presidencial. Além de Rezek e Pertence, trabalhei na Justiça Eleitoral com os ministros Carlos Velloso, Sydney Sanches e Ilmar Galvão.

Atuei também no STJ, na presidência do ministro Paulo Costa Leite e no TST, na presidência do ministro (já falecido) Francisco Fausto.

Trabalhei em quatro gestões do Conselho Federal OAB – Reginaldo de Castro, Roberto Busato, Cezar Britto e Ophir Cavalcanti; em seis gestões da Ajufe- Flávio Dino, atual governador do Maranhão; Paulo Sérgio Domingues, atual desembargador federal do TRF da 3 região; Jorge Maurique, atual desembargador federal do TRF da 4 região; Walter Nunes, juiz federal no Rio Grande do Norte e juiz federal Corregedor da Penitenciaria Federal em Mossoró (RN) e Roberto Veloso, juiz federal no Maranhão.

Fui também consultor de imprensa de quatro presidentes da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) – Paulo Medina, posteriormente nomeado ministro do STJ; Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro; Antonio Carlos Viana Santos, faleceu como desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo depois que deixou o comando da AMB e Cláudio Baldino Maciel (Cadico), hoje advogado e aposentado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Na Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), prestei consultoria na gestão de Nicolao Dino e na OAB do Rio Janeiro, durante dois mandatos, do presidente Wadih Damous.

Depois, a convite do ministro Sepulveda Pertence, do STF e presidente do TSE, coordenei a área de imprensa do tribunal na segunda eleição direta para Presidente da Republica. Um destaque: fiz a primeira campanha publicitária do jogador Ronaldo Fenômeno. Então com 16 anos, Ronaldo despontava no Cruzeiro de Belo Horizonte como artilheiro e aceitou fazer gratuitamente a campanha do Voto aos 16 do TSE.

Em seguida, fui com o ministro Sepúlveda Pertence comandar a assessoria de imprensa na sua gestão como presidente do mais importante tribunal do país. Neste período, consegui junto à Radiobras um espaço fabuloso para divulgação das decisões do Judiciário: 6 minutos no programa radiofônico A Voz do Brasil. Montamos um estúdio de rádio dentro da Suprema Corte. Até então A Voz do Brasil era exclusiva dos Poderes Executivo e Legislativo. Consegui também junto ao ministro-presidente a aquisição de uma máquina de filmar profissional Betacam. Passamos a gravar as sessões Plenárias e distribuir as imagens para as emissoras de televisão do país.

Terminada a gestão voltei a dirigir a área de imprensa do TSE na terceira eleição presidencial após o regime militar. Antes do dia da eleição, aceitei convite do então presidente nacional da OAB, Reginaldo Oscar de Castro para dirigir o setor de imprensa e o jornal mensal da entidade. A tiragem do jornal da OAB passou a ter cem mil exemplares. O tabloide era enviado para as 27 Seccionais e advogados inscritos regularmente. Uma das tiragens mais procuradas foi a que registrou o encontro no Vaticano do Reginaldo de Castro com o Papa João Paulo II.

A convite do ministro Costa Leite assumi a assessoria de imprensa do segundo maior tribunal do país, o STJ. A primeira medida foi sugerir – ele aceitou de imediato – a troca do seu nome para Paulo Costa Leite. O tribunal na sua gestão passou a ser chamado de Tribunal da Cidadania. A ideia do nome foi do ministro César Asfor Rocha, também integrante do tribunal.

Terminada a gestão de Paulo Costa Leite fui convidado pelo presidente do TST, ministro Francisco Fausto. Montamos um estúdio de rádio e Tv dentro das instalações do tribunal. O TST passou a frequentar a mídia com posições fortes, seguras e inteligentes do seu presidente. Um ponto de destaque foi a campanha diária do TST contra o trabalho escravo. Para ele, ” “o fazendeiro que impõe trabalhadores à condição análoga à de escravo deve ser tratado como marginal””.

OAB Nacional

Voltei para o Conselho Federal da OAB na gestão do presidente Roberto Busato. Permaneci nas gestões de Cezar Britto e Ophir Cavalcanti. Durante dois mandatos prestei consultoria para o então presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous. Terminada a segunda gestão do Wadih Damous, decidi cuidar apenas da minha empresa de comunicação, a RDR Consultoria e Assessoria de Imprensa e o meu site exclusivo de assuntos jurídicos, www.direitoglobal.com.br .

Poucos sabem mas o nome do site foi dado pela ex-presidente do STF e do TSE, ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha. Já o nome da empresa é uma homenagem que eu e minha mulher, a espanhola de Santiago de Compostela, Maria del Carmen Peón Tamanini, fizemos aos nossos três filhos: Rodrigo, Daniela e Rafael.