Na Copa do Mundo da Espanha, em 1982, tive a felicidade de ficar hospedado no mesmo hotel dos meus amigos Washington Rodrigues, Deni Menezes, José Carlos Araújo e Eraldo Leite. Um time fortíssimo e imbatível da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Cobri o Mundial pela EBN e Correio Braziliense. Juro que pensei que voltaria da Espanha campeão do mundo. Viajei o tempo inteiro, desde a saída no aeroporto do Galeão até o retorno no mesmo aeroporto, no avião da Seleção Brasileira. Aprendi demais com esse quarteto. Lembro de um comentário do Deni quando me viu parado acompanhando o treino dos craques brasileiros. “Vamos circular porque parado cria limo. Somente circulando você descobre a notícia”.
E no dia de hoje, 1 de setembro de 2022, o Apolinho completa 86 anos. Uma vida dedicada ao futebol. Washington Carlos Nunes Rodrigues começou sua carreira na Rádio Guanabara, atual Rádio Bandeirantes Rio de Janeiro, tendo trabalhado em todas as grandes emissoras de rádio e televisão da cidade. O apelido Apolinho surgiu por usar, quando repórter da Rádio Globo, um microfone sem fio que era utilizado pelos astronautas da Missão Apollo 11, em 1969. O apelido primeiro foi dado ao equipamento, por Celso Garcia ( o mesmo que descobriu o talento de Zico), o que era repetido pelo narrador Waldir Amaral: “lá vai Washington Rodrigues com o seu apolinho”, e os geraldinos começaram ao chamar pelo termo, logo depois os colegas de profissão e, assim, “pegou”.
Carismático e querido por todos na mídia, Apolinho também é o criador de inúmeros bordões e gírias populares, como: “Chocolate” (que indica uma goleada), ‘”estopa”‘(que indica bola dentro do gol), “‘Geraldinos e Arquibaldos”, “Mais feliz do que pinto no lixo”, “Capinar sentado”, “Ô, rapaz”, “Briga de cachorro grande”, “Tá tão quente que urubu voa com uma asa e se abana com a outra”, “Bangu faz tanto calor que parece uma lata de alumínio: esquenta muito e esfria rápido”, entre outros.
Washington Rodrigues também se aventurou diretamente no futebol, onde teve duas passagens pela equipe do Flamengo, seu clube de coração desde criança: em 1995, como treinador, e a outra, em 1998, como diretor de futebol. No ano do centenário do Flamengo, Apolinho viveu uma situação inusitada ao ser convidado pela diretoria capitaneada pelo então presidente e também ex-radialista Kléber Leite a assumir o comando da equipe rubro-negra. Ele aceitou o convite e entrou no lugar de Edinho, que havia substituído Vanderlei Luxemburgo. O técnico Arthur Bernardes foi o seu auxiliar-técnico.
Sua estreia foi no dia 14 de setembro de 1995, quando o Flamengo derrotou o Vélez Sársfield da Argentina, por 3×2, em partida válida pela Supercopa Libertadores 1995.