Em Belém do Pará existe desde 17 de setembro de 1979 o teatro Waldemar Henrique, criado para sediar as apresentações de grupos de teatro experimentais da região. Sua construção em art nouveau é mais antiga, e inicialmente funcionava o cinema Radium, posteriormente foi o museo comercial, e por último sede da Caixa Econômica, até ser transformado no teatro de hoje, na década de 70 do século XX. O prédio do teatro é tombado pelo patrimônio histórico.
O que me chamou a atenção é que meu saudoso pai se chamava Waldemar Henrique Tamanini. A homenagem não teve nenhuma relação com o nome dele, mesmo assim fiquei feliz. Meu pai nasceu em Itarana, no Espírito Santo, em 3 de setembro de 1931 e desde os 18 anos passou a viver/trabalhar no Rio de Janeiro e depois em Brasília. O homenageado é seu xará, Waldemar Henrique da Costa Pereira, nascido em Belém do Pará no dia 15 de fevereiro de 1905. Meu pai era da área de saúde e militar paraquedista. O homenageado compositor e pianista.
A primeira música de sucesso de Waldemar Henrique foi Minha Terra, composta em 1923. Em 1929 estudou no Conservatório Carlos Gomes. Sua família era contra, e seu pai insistiu para que ele se desviasse de sua vocação empregando-o num banco. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1933, onde estudou piano, composição, orquestração e regência. Suas obras têm principalmente como tema o folclore amazônico, indígena, nortista e brasileiro.
Suas obras têm principalmente como temas o folclore amazônico, indígena, nordestino e afro-brasileiro. É autor da primeira versão musical (1958) de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, poema dramático premiado pelo Jornal do Comércio. Rádios, teatros e cassinos do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte foram os locais onde W. Henrique mais atuou. Excursionou também por várias outras cidades do Brasil e pelo exterior, como na Argentina, Uruguai, França, Espanha e Portugal. Por mais de dez anos, o compositor dirigiu o Theatro da Paz em Belém do Pará, cidade onde, em setembro de 1979, foi inaugurado um teatro para 220 pessoas, batizado com seu nome.
Waldemar Henrique morreu no dia 27 de março de 1995, sem sofrimento, de causas naturais, um mês e meio após ter completado noventa e um anos de idade.
História anterior
próxima história