Após oito anos fechado para obras o tradicional Cine Leblon – esquina da rua Ataulfo de Paiva com a rua Carlos Góis- inaugurado em 1951, na zona sul do Rio de Janeiro, reabre hoje (07.07) todo moderno. Cinema de primeiro mundo. Por coincidência amanhã a data é marcada como a primeira exibição pública e paga de filmes projetada em uma tela aconteceu em 8 de julho de 1896, no Rio de Janeiro, por iniciativa do belga Henri Paillie. A história conta que esse exibidor itinerante cobrava caro pelos ingressos, logo, só a elite fluminense esteve presente nessa inauguração. O filme brasileiro que teve maior bilheteria em todos os tempos foi Tropa de Elite 2 (2011) com público de 11 milhões de pessoas.
O cinema no Brasil tem sua história. O último filme exibido no cinema foi “Jersey boys”. O grupo Luiz Severiano Ribeiro, dono do estabelecimento, anunciou o fechamento do Cine Leblon em 2014 por causa de uma crise financeira. Depois de passar por um processo de destombamento, em 2016, o grupo deu início a recuperação do cinema.
Lógico que não era nada parecido com o que conhecemos hoje, mas deu para instigar a curiosidade de quem assistiu, pois trazia duas coisas diferentes: o próprio mecanismo de projeção e também a temática, que retratava cenas cotidianas e pitorescas de cidades europeias. O interesse das pessoas fez com que um ano depois fosse criada a primeira sala fixa de cinema no Rio, o “Salão de Novidades Paris”, inaugurada por Paschoal Segreto.
A primeira produção nacional aconteceu por Afonso Segreto, irmão de Paschoal, que, ao chegar à Baía de Guanabara, acabou registrando as imagens do local e projetando-as posteriormente. A partir daí os irmãos Segreto registraram os principais acontecimentos cívicos e festivos do país, sendo os únicos até 1903. A primeira companhia de cinema brasileira foi fundada somente em janeiro de 1911, e a partir daí várias salas de cinema foram abertas por todo o país, disseminando cada vez mais essa arte.
Neste início, os filmes apresentados não eram muito diferentes do que se via em outros países. Na verdade nem poderiam ser considerados filmes, mas sim documentários curtos que apresentavam cenas circenses, chegadas de trem e outras cenas do cotidiano. Os primeiros temas produzidos por aqui nessa fase foram: “Procissão do Corpo de Deus”, “Rua Direita”, “Sociedade Paulista de Agricultura”, “Avenida Central da Capital Federal”, “Ascensão ao Pão de Açúcar”, “Bombeiros” e “Chegada do General”.
Seguindo a influência européia o cinema nacional se transforma e vive a chamada Belle Époque, que significa “Bela Época”. Este período compreendeu os anos entre 1908 e 1911 marcando o crescimento do cinema nacional. No Rio de Janeiro, criou-se um centro de produção de curtas, que além da ficção policial, desenvolveu outros gêneros, tais como: “A cabana do Pai Tomás”, “A vida do barão do Rio Branco”, “As aventuras de Zé Caipora”, entre outros. A maior parte era realizada por Antônio Leal e José Labanca, na Photo Cinematographia Brasileira.
Algumas produtoras se destacaram nacionalmente no ramo do cinema:
Cinédia: surgiu em 1930, pela iniciativa de Adhemar Gonzaga, jornalista que escrevia para a revista Cinearte, cujo foco eram os dramas populares e comédias musicais, que ficaram conhecidas pela denominação genérica de chanchadas.
Atlântida: em 1941, Moacir Fenelon e José Carlos Burle fundam a Atlântida Cinematográfica com um objetivo de promover o desenvolvimento industrial do cinema brasileiro. Durante quase dois anos são produzidos somente cinejornais, o primeiro deles “Atualidades Atlântida”, mas só em 1943 acontece o primeiro grande sucesso da Atlântida: “Moleque Tião”, dirigido por José Carlos Burle, com Grande Otelo no papel principal e inspirado em dados biográficos do próprio ator.
Vera Cruz: foi a primeira produtora de filmes com a qualidade daqueles produzidos em os de Hollywood. Idelizada por Zampari, tinha o apoio da sociedade paulista e refletiu aspectos da história cultural do Brasil, a influência italiana, o papel de São Paulo na modernização da cultura, o surgimento e as dificuldades das indústrias culturais no país e as origens da produção audiovisual brasileira.