Uma das melhores figuras que conheci jogando “pelada” na casa do Lourival Novaes Dantas, no Parkway – ex-dono de gráficas em Brasília – foi o funcionário do Ministério das Relações Exteriores de 1960 (ainda no Rio de Janeiro) e 2014, Joilson Sodré. Joilson, que foi paraquedista do Regimento Santos Dumont, jogava de beque central e eu sempre disse que ele era igual ao Odivã, ex-jogador do Vasco da Gama, zagueiro-zagueiro. Seu companheiro de zaga era o Porra Meu (Walter).
Quando deixou o Rio transferido para o MRE na capital federal em 1976, Joilson foi incumbido pelo diplomata Eduardo Hosana (que não dava um sorriso e era de poucas palavras) de organizar um campeonato de futebol interno dos diplomatas com taças, troféus e medalhas. “Vejo que muitos aqui do Itamaraty estão saudosos da praia, dos jogos no Maracanã, e nada melhor do que criarmos um campeonato de futebol interno para alegrar a turma”, disse Hosan.
Atrás do prédio do Bolo de Noiva havia dois grandes campos de futebol. Hoje no mesmo lugar foi construída a sede do PDT. Foi lá que diplomatas, ainda secretários e que depois viraram embaixadores, disputaram o disputado campeonato do ministério. Joilson formou até um time – o Jequié – que conseguiu ser tricampeão. A dificuldade foi definir as cores do uniforme. Uns queriam preto e vermelho, do Flamengo, outros preto e branco do Vasco, Botafogo ou Atlético Mineiro e até vermelho do Internacional de Porto Alegre. Justificativa: o Itamaraty é um órgão internacional. A saída foi optar pelas cores amarelo e preto.
Por que Jequié RE ? O nome do time foi escolhido porque é a cidade baiana onde nasceu Joilson e com isso não havia disputa entre os participantes por nomes de clubes do Rio ou São Paulo.
Alguns craques do Jequié RE e futuros embaixadores: goleiro Vitor Gobato (ex-jogador do Atlético Mineiro), zagueiros Sebastião do Rego Barros, Sergio Moreira Lima, Luiz Felipe Lampreia ( chegou a chanceler ) e Roberto Abdenur
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