A história é contada pela minha amiga Luiza Damé. Ela e Catia Seabra são duas repórteres de primeiro escalão.
“No final dos anos 1990, Cátia Seabra veio para Brasília para reforçar a equipe de política do Globo. Eu era da Folha de S.Paulo e vivíamos nos encontrando nas pautas de política no Congresso e fora também. Em 2002, fomos escaladas para cobrir a campanha presidencial do Ciro Gomes. Também acabávamos cobrindo os demais candidatos de oposição, especialmente Lula e Garotinho, quando tinham eventos em Brasília. Certa vez, Garotinho teria um encontro com evangélicos, em Taguatinga. Era sábado e estávamos de plantão. Todos os jornalistas esperavam na porta do templo, quando uma assessora nos chamou em um canto e sugeriu que guardássemos os blocos e entrássemos no culto. Assim fizemos. Entramos e nos acomodamos no fundo do templo. Garotinho entrou, sentou-se e passou os olhos pelo templo. Claro que identificou as duas intrusas. De repente, dois fiéis/seguranças pararam ao nosso lado e pediram para sairmos. Cátia rapidamente respondeu que éramos fiéis. Eu fiquei muda, me segurando para não rir. Eles insistiram e Cátia respondeu que só sairíamos à força. Diante do impasse, Peninha, que era assessor de Garotinho, foi pedir que saíssemos. Resolvemos sair. Atravessamos aquele templo enorme, sob aplausos de umas 200 pessoas. Depois que as duas repórteres pagaram pelo atrevimento, Garotinho autorizou que todos acompanhassem o encontro.”