O comentário é do jornalista brasiliense Filipy Parente, apaixonado pelo Rio de Janeiro assim como era o seu saudoso pai, o cinegrafista Normando Parente, mais conhecido como “Careca”. Eu e “Careca” participamos de coberturas – no Brasil e no exterior – de grandes eventos jornalísticos. Era uma figura. Melhor dizendo, era uma figuraça.
“O Palácio das Laranjeiras, sede atual do governo do Estado do Rio de Janeiro, foi construído pelo primeiro filho do mega-empresário Eduardo Guinle (um dos primeiros bilionários do Brasil), que também se chamava Eduardo. Foram gastos, na época, 24 milhões de dólares na obra. Custou mais que a casa do próprio pai, o conhecido casarão da Rua São Clemente, em Botafogo, hoje museu da FIERJ.
Com a ruína financeira do Império dos Guinle, a mulher de Eduardo Palassim (o filho), de nome Branca Guinle, vendeu o Palácio para o Governo Federal, em 1974. O imóvel já foi residência oficial de Presidentes da República, quando eles visitavam o Rio de Janeiro. Lá se hospedaram os ex-presidentes Charles de Gaulle, da França, Harry Truman, dos Estados Unidos e até o Papa João Paulo II.
Nos últimos 24 anos, os hóspedes que ocuparam o suntuoso palácio, foram destaques nos principais jornais do País. Não nas colunas sociais, mas nas piores páginas policialescas.
O Rio de Janeiro, uma das cidades mais lindas do mundo, foi tomada por bandidos, tanto no Palácio das Laranjeiras, como nas favelas da cidade. Eduardo Palassin Guinle, que gastou boa parte da sua fortuna construindo um palácio tão belo e distinto, deve estar se revirando no túmulo.”