Durante vários governos o Celso (falecido nos primeiros meses de governo Itamar) foi o responsável pelo setor de áudio da sala de imprensa do Palácio do Planalto e do áudio que ia direto para as emissoras de rádio e televisão quando havia reunião ministerial. No governo Collor o Celso – que era bem idoso naquele período – continuou dirigindo o setor. Quando começou a crise envolvendo o nome do presidente da República houve uma reunião ministerial em uma sala anexa ao gabinete presidencial.
Iniciada a reunião o Celso ficou cuidando dos equipamentos na entrada da sala. Collor estava discursando quando notei que ele ficava apertando os botões do aparelho principal. Cheguei perto do Celso e em voz baixa disse: Celso pare de mexer nesses botões. Você vai acabar tirando o som que vai para as rádios e televisões. Parece que eu estava adivinhando. Celso parou de mexer por alguns segundos mas voltou a apertar os botões sem necessidade nenhuma. Era apenas mania.
Nao deu outra. Em dado momento, Collor estava discursando quando notei que o Celso estava muito nervoso. Perguntei a ele o que estava acontecendo; Ele respondeu que o presidente da República estava falando mas as emissoras de rádio e tv estavam sem áudio. Em menos de um minuto o próprio Celso conseguiu restabelecer a transmissão. Collor nunca ficou sabendo que uma parte do seu discurso não pode ser acompanhada nas emissoras de rádio e tv por causa dos dedinhos inquietos do Celso.
No dia seguinte, chamei o Celso e comuniquei que ele deixaria a chefia do setor. Em seu lugar, convidei o Medeiros (José Medeiros Santos) da Radiobras.
Nunca mais tive notícias do Celso depois que deixei a subchefia de imprensa do Palácio do Planalto.
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