Trabalhei como assessor de imprensa do advogado Roberto Busato no período em que ele presidiu a OAB Nacional. Viajamos por vários países e por todo o Brasil, não apenas nas capitais mas também no interior onde havia subseções da OAB. Após o final da sua presidência fui convidado e passei a assessorar o seu sucessor, o sergipano de Propriá, Cezar Britto. Busato, mesmo fora da presidência, continuou a prestar serviços para o Conselho Federal. A história abaixo é trágica mas muito divertida. Conta Busato:
“Alguns anos atrás, fui representar o Conselho Federal da OAB em Assembleia da UALP, que congrega as entidades nacionais que regulam a advocacia em países de língua portuguesa. Desta feita, a Assembleia seria realizada em São Tomé e Príncipe, duas ilhas pequenas localizaras no Oceano Atlântico. Voos muito restritos, um semanal para Angola e outro para Portugal.
Em Luanda, capital de Angola, extraviaram minha mala. Fui com a roupa do corpo para São Tomé. Lá chegando, pedi ao Embaixador do Brasil indicação de uma loja onde poderia comprar alguma vestimenta. Comprei uma calça e uma camisa, Como viajei de paletó e gravata, poderia participar do evento. No entanto ao passar por outra loja vi no mostruário da vitrine, a exposição de duas cuecas. Resolvi entrar e comprar cuecas, porém a moça que atendia, simplesmente disse que não havia cuecas para venda. Contestei apontando para a vitrine e pedi que me vendesse aquelas duas cuecas expostas. Ela disse que não podia vender pois eram do mostruário da Loja. Insisti e pedi para falar com o proprietário da loja. Após um longo diálogo, ele autorizou a atendente a me vender as ditas cuecas. Após pagar e retirar as taxinhas que seguravam as peças. Apos eu mesmo embrulhei e fui saindo da loja quando a atendente sentenciou “ o senhor comprou o mostruário, portanto tem que levar a tábua”. Não discuto, peguei a tábua que servia de mostruário e joguei a mesma dentro da camionete da representação brasileira e que me foi cedida gentilmente pelo Embaixador.”
