Eu e Carmen Tamanini fomos passear em Lisboa aproveitando alguns dias de folga no dia a dia do jornalismo em Brasília. Ficamos hospedados no luxuoso hotel Tivoli na avenida da Liberdade, perto do Solar dos Presuntos. No hotel neste dia estavam hospedado o ex-presidente da República José Sarney e dona Marly. Conversei com Sarney rapidamente – cobri todo o seu período no Palácio do Planalto pela rádio Nacional – e ele disse que estava indo passar a Semana Santa em Santiago de Compostela (terra da Carmen) na região da Galícia, na Espanha.
Durante o café da manhã conhecemos um brasileiro, de Pernambuco, Leonel Evaristo da Rocha, que estava curtindo uns dias na capital portuguesa. Muito simpático, conversamos bastante e ele falou da sua origem humilde em Recife onde trabalhou durante anos como garçom. Revelou que era dono da rede de restaurantes Bargaço. Eu disse que ia bastante no restaurante em Brasília, no Pontão, no Lago Sul, mas já tinha ido em outras oportunidades em Recife e Salvador. Quando retornarem ao Brasil liguem pra mim. Vamos comer juntos um bom peixe, disse Leonel.
Pouco tempo depois de conhecer pessoalmente Leonel Rocha, então com 62 anos, leio uma notícia estampada no Correio Braziliense: O empresário Leonel Evaristo da Rocha, dono da rede de restaurantes Bargaço, foi assassinado no dia 15 de abril de 2008 com três tiros no rosto. O crime aconteceu na BR-450. Na época o gerente do restaurante de Fortaleza (CE), Luzivan Farias da Silva, que estava com Leonel, disse que os dois estavam em um Corsa Sedan prata e seguiam rumo ao Núcleo Bandeirante onde o funcionário estava hospedado, quando dois homens armados os obrigaram a parar na rodovia.
Em 2011, o Tribunal do Júri de Brasília condenou os policiais Ismael Severino da Silva e Jarson de Jesus Pinto Cerqueira, da PM de Goiás, pelo homicídio do ex-dono da rede de restaurantes Bargaço, Leonel Evaristo da Rocha, em abril de 2008. Os dois receberam pena de 15 anos, 7 meses e 6 dias de reclusão a serem cumpridas em regime inicialmente fechado pelos crimes de homicídio qualificado e por furto qualificado.
O Bargaço completa este ano de 2022 cinco décadas de funcionamento.
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Ligia Jurema, de Recife e há muitos anos residindo em Brasília, leu a matéria sobre o Bargaço e fez um comentário:
Você sabia que o Bargaço nasceu em Salvador? Conheci o Leonel quando ainda não estava no Recife. Guilherme e Célia, minha irmã mais velha, moram em Salvador e Guilherme trabalhava como diretor de Hotel . Daí o conhecimento com Leonel. Sempre íamos ao Bargaço, eu e Aderbal, o maridão médico e torcedor do Fluminense, com Célia e Guilherme”.
