Um dos mais brilhantes repórteres de Brasília, mineiro de nascimento, é o jornalista José Paulo Tupynambá, que durante anos cobriu a área política para a sucursal do jornal O Globo. Tive, inclusive, a satisfação de trabalhar com o Tupy na assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal (STF). Poucos sabem mas ele tem esse nome em homenagem ao saudoso ministro José Paulo Sepúlveda Pertence, mineiro de Sabará , e que lamentavelmente nos deixou em julho de 2023.
O próprio Tupy conta a história:
– Liguei para a minha mãe, Maria Lúcia, e ela lembrou que até eu nascer não havia definição de qual seria o meu nome. Meu pai, Fernando, já falecido, era muito amigo do Pertence, e após uma visita do ministro – na época era apenas advogado – logo depois que nasci ela e meu pai chegaram à conclusão que deveriam homenagear o grande amigo da família. A mãe do Pertence, Carmen Sepúlveda, era também muito ligada ao meu pai, que era um homem de esquerda e trabalhava como advogado com o governador Magalhães Pinto. Quando houve o golpe de estado de 64 meu pai foi escanteado, demitido do Palácio da Liberdade. Papai acabou virando professor de Geografia por notório saber e dava aulas na Escola Estadual de Betim. Posteriormente, ele se formou em Geografia.
Certa vez, em Brasilia, vi na saída do prédio do STF uma coisa que nunca tinha vista. Papai sentou na frente do prédio e quando os ministros saíram, o Pertence ao invés de ir para o seu gabinete foi andando até onde estava sentado meu pai e ficaram conversando durante algum tempo.
Outro detalhe que gostaria de contar é que, por conta da forte ligação da mãe do Pertence com meu pai, possuo – e guardo com todo carinho – a medalha do Santo que ficava no berço do ministro quando ele nasceu, depois passou para o meu berço.