No dia 5 de setembro de 1965, há exatos 57 anos, o Mineirão era inaugurado. No jogo da estreia, a Seleção Mineira venceu o River Plate da Argentina por 1 a 0. Foram contabilizados 73.201 espectadores que viram o atleticano Buglê, nascido em São Gotardo (MG), no Alto Paranaíba, marcar o único gol da partida. O responsável pela gigantesca obra foi o engenheiro Gil César Moreira de Abreu, falecido recentemente.
José Alberto Bouglex, também conhecido como Buglê, teve duas filhas, foi meia-atacante e é o autor do primeiro gol da história do Mineirão – Seleção Mineira 1 x 0 River Plate, dia 5 de setembro de 1965. Hoje mora em Brasília, onde é funcionário do Ministério Público Federal, e continua batendo sua bolinha no clube do Minas Brasília, ao lado de grandes amigos. Buglê, que nasceu em São Gotardo (MG), jogou no Galo (de 1963 a 1966), Santos (em 1967 e 1968) e no Vasco (de 1968 a 1974).
Buglê conta como foi o gol histórico:Não sabia que aquele momento perduraria tanto. Na época, o gol foi importante pela vitória, mas não tive a noção do quanto valeria, mesmo sabendo que era o primeiro do estádio?, recorda o ex-atleticano. “A placa pelo gol somente foi posta no estádio uns três anos depois.? O lance foi aos 2min do segundo tempo. “Roubei a bola na nossa intermediária, tabelei com o Dirceu Lopes, mas recebi um pouco à frente. O goleiro Gatti saiu do gol e o zagueiro Ramos Delgado estava na jogada, mas eles se desentenderam. A bola sobrou para mim e, de fora da área, chutei para o gol vazio?, lembra. A Seleção Mineira, treinada por Mário Celso de Abreu, o Marão, foi convocada somente para aquele amistoso e treinou durante uma semana. A escalação: Fábio; Canindé, Bueno, Grapete e Décio Teixeira; Buglê, Dirceu Lopes e Tostão; Wilson Almeida (Geraldo, depois Noventa), Silvestre (Jair Bala) e Tião. O River jogou com: Gatti; Sainz, Ramos Delgado, Crispo e Cap (Civica); Matosas, Sarnari e Delém; Cubilla (Lallana), Artime (Solari) e Más. O público foi de 73.201 pagantes. Buglê considera o primeiro gol no Mineirão a principal lembrança de sua carreira, melhor até que os títulos que conquistou. “Para mim, vale mais que qualquer Copa do Mundo e vou guardá-la até o fim da vida.
Buglê, não tira da memória o gol que o imortalizou na história do futebol brasileiro, em 5 de setembro de 1965. Apesar do agravamento do Alzheimer, consegue se lembrar com exatidão dos momentos vividos dentro das quatro linhas. Ele se aposentou em 1975, no América. Buglê curte uma vida pacata em Brasília, onde vive desde que largou os campos. Apesar da doença, ele não abre mão da velha cervejinha e da chácara, onde cuida dos gados e curte a amada pescaria.
Com passagem no futsal do Cruzeiro, onde jogou com Tostão e Ronaldo Drummond logo que se mudou com a família para a capital, Buglê foi fazer história no rival Atlético. Pelo alvinegro, realizou 85 partidas e marcou 15 gols. Além do Galo, o ex-atacante defendeu o Santos, onde atuou com Pelé – ele diz que conheceu o mundo por causa do “Rei do Futebol” –, e o Vasco da Gama, onde jogou com Tostão.]. Na Europa, em uma temporada vestiu as camisas do Sporting, de Portugal, e do Atlético de Madrid.
Paulo Roberto Xavier, filho do ex-artilheiro do Atlético Mineiro, o camisa 8 Xavier e irmão do ex-ponta-direita do Fluminense, Wilton, nasceu em Volta Redonda (RJ) mas passou parte da infância em Belo Horizonte e morou bem perto do Mineirão. Paulo Xavier, que jogou futebol como goleiro nos Estados Unidos, assistiu muitos clássicos e muitos craques. “Vi Pelé fazer um lançamento do meio pra Edu lá na ponta esquerda driblar o goleiro e fazer um golaço. Em um outro encontro também vi Romeu, ponta-esquerda do Atlético fazer e acontecer pra cima da defesa do Santos, inclusive dando um lençol em Pelé… O Mineirão é hoje um ” altar das entidades ” assim como o Maracanã, Beira Rio, Morumbi, Fonte Nova e outros, apesar da repaginada desnecessária e dos vândalos atuais …