Meu saudoso pai, Waldemar Henrique Tamanini, nasceu em Itarana, no Espírito Santo, no dia 3 de setembro de 1931. Com 18 anos, em 1949, veio para o Rio de Janeiro para conseguir emprego e iniciar a vida profissional. Minha saudosa mãe, Cely Passos Flores, depois Tamanini, naseu em Pirai, aqui no Rio, e com a mesma idade do meu pai deixou a cidade natal para estudar e trabalhar em uma joalheria no centro da cidade. Se conheceram em uma viagem de trem e logo foram o meu tio Celmo Passos Flores, irmão da minha mãe, e tinha tia, Nelia Sandy Tamanini. Logo depois do batismo no Convento da Penha, voltamos todos para o Rio de Janeiro.
Para que nao conhece, o Convento da Penha é um dos santuários religiosos mais antigos do Brasil, localizado no município de Vila Velha, estado do Espírito Santo. Está situado no alto de um penhasco, a 154 metros de altitude, sendo uma das igrejas mais antigas do estado, cujas obras avançavam aos poucos e tiveram início por volta de 1558, a mando de frei Pedro Palácios.
A história do convento começa em 1558, quando chega à atual Prainha frei Pedro Palácios, natural de Medina do Rioseco, próximo a Salamanca na Espanha. Palácios foi, alguns anos mais tarde, encarregado da construção de uma ermida no alto do morro da Penha, tendo encomendado de Lisboa uma imagem de Nossa Senhora, que daria origem ao culto à Nossa Senhora da Penha. A pequena ermida foi erguida e expandida aos poucos até se transformar no Convento da Penha, hoje o monumento religioso mais importante da arquitetura capixaba.
Especula-se que frei Pedro Palácios morava numa gruta que fica aos pés da ladeira do convento, onde era mantido um quadro de Nossa Senhora dos Prazeres (ou Nossa Senhora das Alegrias em português moderno) que ele trouxera de Portugal. A composição desapareceu três vezes e em todas as ocasiões fora encontrado no alto do morro onde está construído o convento. Segundo o escritor e historiador Francisco Aurélio, foi o povo que deu esse nome, por causa da localização da igreja: Penha significa pedra, rochedo. “O povo dizia: vamos lá na igreja que fica na penha. Aí ficou Nossa Senhora da Penha”, contou Aurélio.
O Convento da Penha está situado no alto de um penhasco de 154 metros de altitude, sendo tombado como patrimônio histórico cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1943. Grande parte do interior é revestido com madeira em cedro, entalhado pelo escultor português José Fernandes Pereira entre 1874 e 1879. O altar-mor, atualmente composto por mais de 200 peças feitas de 19 tipos diferentes de mármore, foi construído por volta de 1800, originalmente no estilo rococó, passando por restaurações em 1910 e novamente entre janeiro de 2009 e 17 de dezembro de 2011 Do convento é possível se ter uma visão panorâmica de Vila Velha, Vitória e do Oceano Atlântico.
O complexo do convento abrange uma área de 632,226 m², englobando uma série de outros monumentos e atrativos, tais como a Gruta do Frei Pedro Palácios, vão formado pela natureza do monte onde fica o Convento, sendo que alguns historiadores afirmam ser a primeira residência do frei Pedro Palácios. Em 1562, Palácios construiu uma Capela dedicada a São Francisco de Assis, no local hoje denominado largo do convento (Campinho), e no final do século XX surgiram também o Museu e a loja de alimentos e pequenos presentes.
Anualmente, em maio, o convento recebe milhares de homens para o encontro capixaba do movimento Terço dos Homens. O primeiro encontro ocorreu em 2014. Os chamados tercistas rezam um grupo de mistérios do rosário e uma missa é celebrada. O responsável espiritual do movimento é o arcebispo de Juiz de Fora (MG), Dom Gil Antônio Moreira, que frequentemente é o celebrante no encontro capixaba.
Há quatro pinturas produzidas por Benedito Calixto no convento, de 1926 e 1927. São representações do próprio convento, de Frei Palácios e momentos marcantes de Vila Velha.
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