Apesar da curta carreira cinematográfica, Eliane Lage – da família que era dona do Parque Lage, no Rio de Janeiro – foi uma das maiores estrelas da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, o lendário complexo de estúdios cinematográficos que tentou reproduzir no Brasil o modelo de produção Hollywoodiano. Protagonista de cinco clássicos do estúdio, Eliane Lage tornou-se um ícone do cinema brasileiro, conhecida como a Greta Garbo brasileira.
Filha de pai brasileiro e mãe britânica, Eliane Margaret Elizabeth Lage nasceu em paris, em 16 de julho de 1928, mas veio para o Brasil com apenas seis meses de idade. Ainda muito jovem, começou a fazer trabalhos sociais na Favela Dona Marta. Posteriormente, foi estudar na Inglaterra, e de lá foi para à Grécia, onde foi voluntária em um campo de concentração de crianças gregas durante a guerra civil que assolou o país.
De volta ao Brasil, foi descoberta pelo cineasta inglês Tom Payne, que havia sido contratado pela Vera Cruz. Ele a convidou para um teste, e a atriz foi escolhida como protagonista de Caiçara (1950), um dos mais importantes filmes da história do cinema brasileiro.
Em 1957, ainda dirigida pelo marido, ela estrelou o programa de televisão A Vida Com Eliane (1957), na TV Tupi. Era inspirado no sitcom norte-americano I Love Lucy, mas o programa durou somente seis semanas, e decepcionada com a televisão, ela nunca mais quis atuar no veículo. Na série, ela contracenava com o ator José Mercaldi, que interpretava seu marido.
Em 1959 ela estrelou Ravina (1959), dirigido pelo crítico de cinema Rubem Biáfora. Depois, ela e Tom Payne abandonaram o cinema. Eles passaram a residir no Guarujá, onde montaram um antiquário. Payne e Eliane se divorciaram em 1965. Sem nunca mais aceitar convites para atuar, ela ainda morou em Petrópolis, antes de se refugiar em Pirenópolis, em Goiás, onde vive atualmente. Em 2005 a atriz lançou sua biografia, Ilhas, Veredas e Buritis.