No início da minha adolescência o meu querido e saudoso pai Waldemar Henrique Tamanini, paraquedista do Regimento Santos Dumont, da turma de 1949 – a sua inscrição era 333 -, uma das primeiras da Brigada Paraquedista no país, avisou que iriamos visitar a Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN), em Resende. Não entendi nada. Ao entrar na AMAN meu pai pediu que eu lesse uma frase estampada em letras garrafais: “ides comandar, aprendei a obedecer”. Não esqueça dessa frase, disse meu pai para logo em seguida dar meia volta com o carro para pegarmos a rodovia Presidente Dutra de volta para casa. Nunca mais esqueci dessa frase.
Agora, conversando com um amigo sobre a AMAN, ele revelou um fato que eu desconhecia: o primeiro dono do Parque Lage, o industrial Henrique Lage – Rio de Janeiro, 14 de março de 1881 — Rio de Janeiro, 2 de julho de 1941 – dotado de grande inteligência e tino comercial, tinha espírito patriótico e era grande e seu interesse pelas Forças Armadas, em especial pelo Exército.Este espírito está materializado no mármore que cobre os salões da Academia Militar de Agulhas Negras, por ele doado quando de sua construção.
Durante muito tempo foi ele quem entregava a espada ao primeiro colocado da Escola Militar, na cerimônia de Declaração dos Novos Aspirantes. Os cadetes da Escola Militar recebiam tratamento especial em seus navios, nos quais muitos deles viajavam de cortesia durante as férias escolares. Deixou saudades nos oficiais do Exército e, principalmente, nos cadetes que o veneravam pelo seu brilhantismo e exemplo de companheirismo e dedicação em prol de um país maior e melhor. Por sua grande contribuição à Academia e ao Exército brasileiro foi-lhe concedido o Espadim Nº 1 e outorgado o título de patrono do curso básico da AMAN.
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