O Fluminense Football Club é conhecido por possuir torcedores ilustres e famosos, entre eles presidentes da República, artistas de primeira grandeza, atletas e outras grandes personalidades, mas possui também, torcedores em todas as raças e camadas sociais, dada a popularidade conquistada nos campos de futebol. A lista de torcedores tricolores é imensa, vai de presidentes da República, cantores e compositores, artistas, apresentadores e ministros do Executivo e do Judiciário.
Podemos destacar a linha de frente da música popular brasileira, uns ainda na ativa e outros que já nos deixaram suas nunca esconderam o amor pelo tricolor: Tom Jobim, Chico Buarque, Cartola, Elis Regina, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mária Bethânia, Fagner, Lulu Santos, Renato Russo, Jô Soares, Evandro Mesquita, toda banda do Roupa Nova etc… Dois ex-presidentes da República: Epitácio Pessoa e Joao Batista Figueiredo. O advogado Barbosa Lima Sobrinho, jornalista e ex-presidente da Associação Brasileira de Imprensa, o apresentador Silvio Santos, a cantora Bibi Ferreira e a famosa Garota de Ipanema, Heloisa Pinheiro. Até Santos Dumont era tricolor.
Há, ainda, o ministro Lelio Bentes, nascido em Niterói e próximo presidente do Tribunal Superior do Trabalho. Vou ficar nesse para não esticar a lista. Tem mais, muito mais.
Quero, no entanto, destacar um torcedor símbolo do clube, o histórico Chico Guanabara, negro, favelado, capoeirista e tricolor, históricamente reconhecido como primeiro torcedor de futebol do brasil numa época em que o esporte era frequentado pela elite do Rio de Janeiro. Hoje (26.06) o jogador Luiz Henrique vestiu a camisa 11 das Laranjeiras com o nome de Chico Guanabara nas costas. Foi o jogo de despedida desse jogador que a partir de agora, mais uma década nas Laranjeiras, vai defender as cores do Betis de Sevilha. Outro craque como ele também, ambos herdeiros de Chico Guanabara, foi no passado jogar no Sevilha, camisa 8 dos mais refinados no trato com a bola. Hoje, aos 67 anos, Carlos Alberto Pintinho continua tricolor como nunca e já está morando na Espanha há mais de 40 anos. Não volto para o Brasil de jeito nenhum, exceto a passeio e para ver o tricolor jogar no Maracanã, diz emocionado.
Este ano de 2022 o Fluminense lançou O Fluminense lançou o sétimo episódio de “Herdeiros de Chico Guanabara”, websérie que foi uma das ações criadas pelo clube no Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro do ano passado. Neste capítulo é abordada a questão dos estereótipos, pautados pelo racismo recreativo, que influenciam a subjetividade de tricolores negros em relação ao que significa torcer para o clube. Dividida em 12 capítulos mensais, lançados sempre no dia 20 de cada mês até outubro de 2022, a série navega por temáticas e personagens em que as histórias se misturam com a do Fluminense e discute o racismo estrutural e suas implicações. A produção conta com diversos depoimentos de torcedores, especialistas e figuras de renome.
Produzida pela FluTV, a série tem como fio condutor a história de Chico Guanabara, um negro capoeirista considerado o primeiro torcedor da história do Fluminense e, segundo o clube, do futebol brasileiro. No início do Século XX, quando o futebol era um esporte frequentado pela elite do Rio de Janeiro, ele construiu o seu “modo de torcer” berrando a plenos pulmões durante os 90 minutos.