Toda vez que venho a Madri – e hoje (24.04.22) estou aqui novamente com a minha mulher, a espanhola de Santiago de Compostela, Maria del Cármen Peón Tamanini – não perco a chance de ir almoçar no Mercado de São Miguel. Localizado no coração da capital da Espanha, o Mercado de San Miguel é o único mercado de ferro que sobreviveu até os dias atuais. Revitalizado em 2009, hoje apresenta um conceito gourmet que nos conquista pelo charme e pelos sabores. Inaugurado em maio de 1916 como mercado de abastecimento, este centenário estabelecimento converteu-se no primeiro mercado gastronómico de Madri.
Durante 2018, o mercado atravessou um período de consolidação de uma boa parte da sua oferta gastronómica. Localizado no centro da Madri dos Áustrias, e com mais de 10 milhões de visitantes anuais, o Mercado de San Miguel é o templo gastronómico da cidade. No interior do mercado é possível degustar produtos de primeira qualidade, provenientes de diversas partes do país: desde as tapas elaboradas com os peixes e mariscos mais frescos da costa galega, até à ampla variedade de queijos gourmet de todos os cantos da geografia espanhola, sem esquecer as carnes, as frutas, as verduras, a doçaria e um nunca acabar de opções repartidas pelos mais de 30 postos que conformam a frota do mercado.
As propostas incluem os gelados artesanais e naturais de Joan Roca (3 estrelas Michelin) de Rocambolesc, os arrozes tradicionais de Rodrigo de la Calle (1 estrela Michelin) do Paella e as tapas castiças do Grupo Arzabal, em Madrí by Arzabal, entre muitas outras.
Com a sua reabertura em julho de 2021, incorporaram-se quatro novos postos: Madreamiga, padaria artesanal de Madrid, pela mão da padeira Begoña San Pedro, da chef Clara Villalón e do cofundador de Grosso Napoletano, Hugo Rodríguez de Prada; Prrimital e a sua proposta de carnes; as tortilhas de Picolisto e Quesería Quesoba, empresa cântabra de queijos artesanais elaborados com leite de vacas que pastam nas pradarias da alta montanha. Sem esquecer El Señor Martín, que soma mais um espaço no mercado, e P.A.N, marca pioneira de farinha de milho pré-cozida, com uma oferta culinária centrada nas arepas e outros pratos venezolanos, que se estabelece novamente no mercado.
O Mercado de San Miguel é uma parada estratégica para quem está visitando o centro histórico de Madrid – boa pedida depois de visitar a Puerta del Sol e a Plaza Mayor. Mesmo antes de entrar, o mercado já impressiona pela beleza da sua arquitetura. Todo trabalhado em ferro e com grandes janelas de vidro, o mercado é uma construção que se destaca.
O Mercado de San Miguel, que já foi um mercado de pescado ao ar livre, teve seu primeiro projeto de cobertura realizado por Joaquín Henri, em 1835. A projeto definitivo do mercado foi executado entre 1913 e 1916, assinado pelo arquiteto Alfonso Dubé. O projeto do arquiteto foi inspirado em mercados franceses, como o Las Halles, de Paris. Cerca de 80 anos mais tarde o mercado se viu em baixa, já que não conseguia concorrer com grandes mercados da cidade – acredite, o mercado quase foi derrubado para a construção de algo mais moderno. Por sorte um grupo de investidores decidiu fechar o mercado para uma grande revitalização. Depois de permanecer fechado por alguns anos, o Mercado de San Miguel foi reaberto em 13 de maio de 2009, com uma proposta “gourmet” que conquistou tanto o coração dos madrilenos quanto dos viajantes que passam pela cidade.
Não é só pela beleza que o mercado nos conquista, a ampla variedade de produtos e sabores nos deixa babando! São cerca de 30 bancas onde você vai encontrar azeitonas, queijos, cervejas, sucos, frutos do mar, vinhos, doces e, claro, os famosos tapas espanhóis. O Mercado está localizado em frente a Plaza de San Miguel, bem ao lado da Plaza Mayor. Saindo da Puerta del Sol, basta seguir pela Calle Mayor e ficar de olho para o lado esquerdo da rua.