A data de 22 de abril é considerada o Dia da Aviação de Caça porque foi nesse dia, no ano de 1945, que o Primeiro Grupo de Aviação de Caça realizou o maior número de surtidas na Itália: foram 44 missões durante a Segunda Guerra Mundial. A data é marcante para a minha família paterna. Vamos a história:
Meus avós paternos – Eugenio Tamanini (1898/1977) e Maria Lina Nippes Tamanini (1900/1990), nascidos no Espirito Santo mas filhos de italianos e alemães, respectivamente – tiveram cinco filhos: Walter José, que chamavam carinhosamente de Bubi (criança ou menino em alemão, (já falecido), Irineu Carlos (já falecido), Waldemar Henrique (meu pai, já falecido) e Nélia Sandy Tamanini. Todos nascidos no Espirito Santo. Com a chegada da maioridade, foram residir no Rio de Janeiro (inclusive meus avós paternos). Meu tio Irineu Carlos veio para o Rio de Janeiro e logo em seguida foi morar em São Paulo e depois em Canoas (RS) onde completou o curso de pilotos de caça do Quadro de Oficiais da Aeronáutica. Nao havia a Academia de Pirassununga na época. O seu sonho, quase realizado, era ser piloto de caça da Força Aérea Brasileira (FAB).
Meu Irineu Carlos tinha um amigo inseparável. Eles iriam receber o brevê de pilotos na mesma cerimônia. No entanto, dias antes, o amigo inseparável ficou doente e não pode completar o número de horas exigidos para receber o diploma. Meu tio não teve dúvidas: fez um vôo com o nome do amigo até Vacaria, no Rio Grande do Sul, em um avião Vultee. Por ironia do destino, o avião de caça NAAT 6 – prefixo NAAT 6D 1329 teve uma pane e ele foi obrigado a pousar de emergência em uma fazenda. Nao obteve êxito e faleceu na queda. Como tinha voado com o blusão com o nome do amigo as primeiras informações eram que esse amigo tinha morrido em um acidente aéreo. Meus avós, principalmente minha avó Maria Lina, nunca aceitaram a perda prematura do filho de 19 anos apenas. Foi enterrado na cripta dos aviadores no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.
Nasci no Rio de Janeiro em 15 de janeiro de 1955. Meu pai queria colocar meu nome em homenagem ao meu tio: Irineu Carlos Tamanini. Minha mãe não aceitou. Decidiram então que meu nome seria Irineu Henrique Tamanini. Dias após, fui levado para Vitória (ES) onde fui batizado no Convento da Penha. Meus padrinhos são meu tio Celmo Passos Flores, irmão da minha saudosa mãe Cely Passos Tamanini, e minha tia Nelia Sandy da Cunha, irmã do meu pai.