Um dos mais conhecidos jornalistas de Brasília, o vascaíno José Natal do Nascimento nasceu em Silvânia, estado de Goiás em 25 de maio de 1945. Chegou em Brasília em dezembro de 1956 vindo com os pais e irmãos de Anápolis ( morava na avenida Tiradentes 140). Ou seja, muito antes da inauguração da capital. “Nem me considero um pioneiro. Eu já estava por aqui. A cidade é que chegou”, lembra com muito carinho e nostalgia Zé Natal, como seus amigos mais próximos se dirigem a ele. Pai de três filhas e um filho, Natal foi editor de esportes do Correio Braziliense, editor da Tv Globo e outros veículos de comunicacao. Ele sempre se destacou como goleiro do time de futebol de campo dos jornalistas. O relato é maravilhoso do meu fraterno amigo e primeiro chefe como repórter em maio de 1976. Chuta em frente meu goleiro:
62 anos, lembranças
Está aberta a temporada de textos, depoimentos e declarações sobre o que Brasília representa para fulanos e fulanas, nesta comemoração de seus saudáveis 62 anos de vida. Seis décadas atrás, para se chegar por aqui, quando tudo era mato, poeira e trator, você tinha duas opções; as rodas da Viação Araguarina, ou as asas da Panair. A Araguarina ainda roda por aí, a Panair acabou em 65. Sobrevive apenas na músicado Milton Nascimento.
O que mais a dizer sobre essa Brasília rebelde, atrevida, corajosa, moderna, teimosa, resistente, exótica e polêmica?
Quando foi gerada e concebida, assustou o mundo. O gesto heroico, e retumbante de Juscelino, talvez tenha sido o acontecimento do Século, contestado por cariocas e vizinhos, tal a ousadia desafiante, quase um desatino. Vez por outra, bate um que de emoção e saudosismo, ao me lembrar de fatos e coisas que testemunhei nessa cidade que vi nascer, participei do parto.
A primeira missa foi o primeiro evento. A época, a ingenuidade juvenil não me permitia imaginar o que de fato aquilo representava. De lá pra cá, percorrendo ruas e becos, convivendocom Antonios e Marias, de diferentes etnias, religiões e cor, aprendi a respirar cidadania. Por aqui, já sei que deixarei raízes, que espero se consolidem e gerem
afago, afeto e amor.
O legado de Juscelino, Bernardo Sayao, Israel Pinheiro e centenas de outros que se foram a história já registrou. Nem me considero um pioneiro. Eu já estava por aqui. A cidade é que chegou.