Essa saborosa história recebi do meu velho amigo José Augusto Gayoso, o brilhante jornalista tricolor, e neto de José Gayoso, engenheiro e professor. Conta aí Gayoso:
“Samarone era craque consagrado e titular do time do Fluminense, campeão brasileiro de 1970. Caso raro entre os jogadores de futebol profissional, cursava engenharia na conceituada UFRJ. A rotina de treinos, viagens e concentrações não dava muita margem para o jovem levar adiante seu sonho de, após encerrar a carreira nos gramados, trabalhar como engenheiro. Faltando completar algumas matérias, já na reta final do curso, tudo parecia uma ” missão impossível”. Só que o filho de um dos professores de Samarone era um tricolor daqueles ” raiz”. Morava em frente ao clube, não perdia jogo, foi atleta, seu filhos frequentavam. Houve uma conversa séria do tricolor (que também era engenheiro) com seu pai professor. Sim, Samara era considerado um ” turista” ( aparecia pouco nas aulas). Mas ali estava em jogo o futuro de uma pessoa de bem, que tinha paixão pela engenharia também. O experiente professor teve uma conversa séria com o craque. O acordo selado incluia a apresentação de trabalhos extras quando houvesse provas em dia de jogos ou viagens. Samarone e engenheiro. O tricolor que fez a cabeça do nosso exigente professor morreu em 2010, sem chegar a ver o Fluzão ganhar aquele brasileiro. Mas no de 1970 e o de 1984 ele estava lá na arquibancada e em Álvaro Chaves”.