Essa história é contada pelo meu grande amigo Emerson Sousa, popularmente conhecido como “Careca”, um baiano/carioca/brasiliense da melhor qualidade. Repórter de primeira linha, Emerson e Zarur sempre aprontaram todas as sacanagens no divertido Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto.
“Certa tarde eu e Carlos Zarur percorríamos o segundo andar do Palácio do Planalto quando vimos sobre a mesa da Francisca, uma das secretárias do porta-voz Carlos Átila, um belíssimo buquê de flores.
Francisca estava fora da sala. Olhamos para um lado e para o outro e abrimos cuidadosamente o buquê.
Enquanto Zarur retirava um cartãozinho de dentro e o colocava dentro da agenda de mesa, eu pegava um pedacinho de papel em branco – daqueles que ficam na caixinha para recados – e escrevemos uma mensagem desejando a ela felicidades, paz, saúde etc.etc. Assinamos, colocamos no buquê e descemos.
Mal chegamos no Comitê o telefone tocou. Era Francisca emocionada nos agradecendo tamanho carinho. Ela jamais imaginava que nós sabíamos o seu aniversário. De tão emocionada com nosso gesto ela quase chorou.
Dissemos que fizemos nossa parte, que isso não era nada. Apenas o reconhecimento ao apoio que ela dava à imprensa etc.etc.etc.
Só no início da noite ela descobriu que as flores foram mandadas pelo marido.
Nos procurou para dar aquele esporro, mas já estávamos longe.
Porém, deixamos um recado com o José Henrique Nazareth, o “Very Well”, de que o cartão do verdadeiro remetente estava dentro da agenda da mesa dela.
A partir disso, toda secretária que recebia flores ouvia a observação:
“Veja se o cartãozinho não foi trocado por algum sacana do Comitê”.