Ano de 1975. Zé Roberto, ponta-esquerda titular da “Máquina” como era chamado o time do Fluminense, estava concentrado com o restante da equipe no Hotel das Paineiras. Sempre estudioso, Zé Roberto cursava Direito na Universidade Gama Filho e levou cadernos e livros para se preparar para uma prova na segunda-feira, dia seguinte ao jogo do tricolor no Maracanã. Não lembro o adversário.
O seu quarto estava repleto de folhas de papel com resumos dos principais temas que iriam cair na prova. De repente, entra no quarto o seu amigo Rivelino. Oi Zé, tudo bem ? perguntou o Bigode. Tudo bem, respondeu Zé Roberto. Por que tanta folha de papel aqui no quarto? Tenho prova na segunda-feira e preciso me preparar para tirar uma boa nota, disse.
As brincadeiras na concentração sempre foram frequentes e sem limites. Rivelino, sem cerimônia, rasgou algumas folhas para desespero do amigo. Zé Roberto não perdeu a esportiva. Logo em seguida, o ponta-esquerda foi no quarto do camisa 10 tricolor, pegou sua carteira de motorista e cortou em vários pedaços. Rivelino foi à loucura. Não faça isso, minha carteira é de São Paulo e estou morando no Rio. Vai dar uma trabalheira para tirar a segunda-feira.
Chumbo trocado, respondeu às gargalhadas Zé Roberto.
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