No dia 16 de julho de 1950 meu saudoso pai – Waldemar Henrique Tamanini – residia em uma casa na rua Eurico Rabelo, bem em frente à entrada do estádio Mário Filho, na época batizado de Estádio Municipal, recém-inaugurado e que depois passou a ser chamado popularmente de Maracanã ou Maraca.
Neste dia, meu pai estava com 18 anos e tinha acabado de chegar de trem ao Rio de Janeiro procedente de Vitória, no Espírito Santo, estado onde nasceu. Meu pai é de Itarana.
A data é marcante porque nesse dia o Brasil enfrentava o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950. Quase 200 mil pessoas estavam no interior do estádio. Meu pai, torcedor do Fluminense, gostaria muito de ter assistido a partida que acabou levando ao sofrimento todo o país. A Seleção Brasileira perdeu de 2×1 e a chance de ser campeã do mundo.
Do outro lado da rua Eurico Rabelo meu pai optou por ficar estudando porque, no dia seguinte, uma segunda-feira, tinha prova na Faculdade e ele não gostava de tirar notas baixas.
O seu estudo foi interrompido quando o Brasil marcou 1×0. O barulho foi ensurdecedor. Depois, o silêncio foi total. O Uruguai fez dois gols e tirou o título do Brasil.
Apesar de não ter assistindo ao jogo em frente à sua casa, meu pai ficou muito triste com a derrota. Pelo menos, na prova da Faculdade ele tirou uma boa nota.
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