Hoje, dia 15 de junho de 2020, tive o prazer de conversar, longamente, por celular com o meu velho amigo e mais importante e conhecido repórter de campo de rádio e televisão da década de 70: Carlos Augusto Gonçalves Lopes, popularmente conhecido como Faísca.
Na sua época de ouro cobrindo os jogos no Maracanã, trabalhou na extinta Tv Tupi, Tv Globo e na rádio Globo. Na Tv Globo, por exemplo, a equipe que transmitia os jogos era formada por Geraldo José de Almeida (locutor), João Saldanha (comentarista) e ele, Faísca. Na rádio Globo, a equipe de transmissão dos jogos no Maracanã era ele, Deni Menezes e Washington Rodrigues.
Faísca lembra com saudade da época de Tv Tupi. Ele é José Cunha eram amigos próximos do cantor Lúcio Alves. Todos os dias o famoso cantor do passado tomava seu chopinho no bar que ficava ao lado da emissora. “Sempre eu, o Cunha e o comentarista Teixeira Heizer estávamos no mesmo bar e o Lúcio Alves fazia questão de vir para a nossa mesa pois era um apaixonado por futebol”. Faísca lembra com gargalhadas que o Lúcio Alves era um bom amigo mas tinha um humor péssimo. Muitas vezes os quatro saiam para jantar no Fiorentina, no Leme.
Perguntei pelo time de coração do Lúcio Alves: “Tamanini, são mais de 50 anos. Se não estou enganado ele era torcedor do Botafogo por causa do Garrincha, Nilton Santos e mais uma penca de craques”, disse Faísca.
Carioca, hoje com 76 anos, morando com a mulher Ecleia em Florianópolis (SC), Faísca trabalhou ainda na Tv Nacional de Brasília juntamente com o conhecido narrador na época, José Cunha (ele narrava os gols dizendo “Tá Lá”) e depois na extinta Empresa Brasileira de Notícias (EBN). Nesta empresa de comunicação do governo, dirigido pelos saudosos Luiz Adolfo Pinheiro e José Escarlate, Fernando Costa, Renato Riella e Pedro Celso Campos, Faísca já havia abandonado a carreira no esporte e passou a cobrir os ministérios da área econômica. Ele é formado na área de informática pela PUC do Rio de Janeiro.
Ao deixar Brasília, voltou para o Rio de Janeiro como funcionário da Dataprev. Há 16 anos, foi convidado para dirigir a empresa em Florianópolis. Ele ia morar em Maceió mas topou o convite da direção da empresa. Trabalhou em Floripa até se aposentar. Ele e a mulher resolveram permanecer na capital catarinense, onde também reside seu irão Fogueira. “Hoje sou um idoso mas com muita saúde”, brincou Faísca que nos tempos de “pelada” no campo de futebol da casa dos meus pais, na QI 17, no Lago Sul e do então assessor da Fifa, José Bonetti na QI 11, também do Lago Sul, jogava de beque e era bastante viril. Só batia da canela para cima (rsrs).
Hoje eu matei uma curiosidade: por que seu apelido é Faísca ?
Respondeu: tenha esse apelido desde os 6 anos de idade. Meus cabelos eram louros, até brilhava. Passei a ser chamado pelos familiares de Faísca. Meu irmão, que tem 7 anos a mais do que eu, tinha os cabelos avermelhados. Passou a ser chamado de Fogueira.
Na época em que trabalhava com o narrador José Cunha, sempre muito alegre e divertido, o mineiro de Ponte Nova – mesma cidade onde nasceu Reinaldo, ex-craque do Atlético Mineiro e Seleção Brasileira – gostava de perguntar: Faísca, como estão Dona Brasa e Seu Trovão. Eram os pais de Faísca e Fogueira.
Ao terminar a longa conversa telefônica – Faísca estava ansioso para tomar o seu café com leite da noite – disse a ele que gostaria de contar sua história no blogdotamanini:
” Vamos conversar. São poucas as pessoas do meu convívio que sabem do meu passado como jornalista. Principalmente agora que estou com 76 anos. Pode ter certeza que não sou um velho que vive falando de que era o rei da cocada preta. Meu amigo Edson Mauro (locutor esportivo) vive insistindo que eu crie um blog com histórias e principalmente com críticas aos que hoje fazem parte deste mundo esportivo. O Edson sabe que sempre fui muito crítico, até com relação ao meu trabalho, concluiu Faísca reclamando que o cafezinho estava esfriando e ele ainda tinha que lavar a louca.