Certo dia, estávamos nos intermináveis plantões no Palácio da Alvorada. Nada de notícia. De repente, chega a repórter da CBN, Ida de Oliveira que fora substituir a Edit Silva. Ela chega e pergunta a mim se tinha acontecido algo que merecesse registro jornalístico. Nada de especial, respondi. Apenas passou por aqui o general Leônidas Pires Gonçalves, do Exército, e disse que se o Sarney não decidir logo o nome do novo governador do Distrito Federal os milicos vão ocupar o cargo.
Ida acreditou e perguntou se alguém tinha gravado a entrevista. O Artur Cabeça que ouvia a conversa, foi até o estacionamento e gravou uma conversa como se fosse o general. Ida começou a escrever o boletim. Não havia celular, ela pega o telefone público vermelho que havia na parte de trás da entrada do Palácio e tenta falar com a rádio. Sem ela notar, desliguei o telefone. Jandira Gouveia, que acompanhou toda a história, disse: é melhor falar para a Ida que é brincadeira. Na terceira tentativa de passar o boletim, Jandira chamou em um canto a Ida e revelou o que tinha acontecido. A repórter ficou enlouquecida e caiu no choro. A partir daí, virou minha inimiga. No Congresso, onde era setorizada, ela me esculhambava. E, pior: como ela não conhecia o Artur, perguntou o nome do outro repórter que tinha feito a brincadeira da gravação. Foi o Roberto Stefaneli, disse o Emerson Souza. Ela passou a esculhambar também no Congresso o pobre do Stefanelli que, na verdade, não tinha nada com a brincadeira. Ele nem estava no local.
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