Convidado pelo então ministro das Relações Exteriores, Francisco Rezek para coordenar toda a a área de imprensa da visita do Papa Joao Paulo II, recebi imediatamente a visita no Palácio do Planalto, onde era subsecretário de imprensa, do diplomata Francisco Fontenelle. Excelente figura e muito disposto a trabalhar. De posse das necessidades enviadas pelo Vaticano, notei que tinha que organizar um grupo especial de jornalistas que viriam para a cobertura em todas as cidades que o Papa fosse visitar.
O Vaticano iria fretar um Boeing para que esses jornalistas pudessem acompanhar a visita. Suas respectivas empresas dividiriam o custo do fretamento. As vagas restantes poderiam ser ocupadas por jornalistas brasileiros, com pagamento semelhante ao dos estrangeiros.
O Vaticano solicitou que fosse disponibilizado um coordenador que ficaria responsável pelo grupo. Não tive dúvidas. Convidei imediatamente o então capitão do Exército Nova da Costa, do Gabinete Militar da Presidência da República. Ele deu um show de organização. Os jornalistas do grupo do Boeing ficaram encantados com a sua capacidade de trabalho e organização. Pela primeira vez pude ver um grupo de jornalistas homenagear um capitão do Exército.
Terminada a visita, voltamos todos para o hotel onde estávamos hospedados na capital baiana.
No saguão, comemoramos o sucesso da cobertura. Nova, extremamente cansado por tantos dias de muito trabalho, pouco sono e muita responsabilidade, ‘apagou”, isto é, deitou no chão e dormiu profundamente.
Nao sei quem – deve ter sido obra do Angelo Tabet – comprou quatro velas em uma loja ao lado do hotel, acendeu e colocou ao redor do Nova. Os demais hóspedes do hotel que passavam no saguão não entendiam o que estava acontecendo.
Toda a equipe, mesmo muito cansada, mas com um sorriso de orelha a orelha pelo sucesso do trabalho. Menos o Nova, que dormia ao lado de quatro velas.
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