Fiz a minha primeira viagem a Paris como repórter quando o presidente João Figueiredo ocupava o Palácio do Planalto. Na primeira folga fui com alguns colegas na rua Saint-Honoré, localizada entre os bairros de Les Halles, Palais-Royal, Place-Vendôme e Madeleine. O destino era a famosa loja de perfumes. Nunca tinha visto tanto frascos de perfume na vida. O problema é que a grana era curta mas tinha que comprar um presente para a minha mulher, Carmen Tamanini. Na hora de pagar me posicionei atrás de um brasileiro que tinha o carrinho de compras lotado de perfumes, sabonetes e tudo mais. Na hora de pagar a moça do caixa disse o valor e informou que ele tinha direito a levar de brinde uma linda bolsa branca da Saint-Honoré. Como deveria estar acostumado a comprar, o brasileiro respondeu que abria mão do presente. Eu que estava logo atrás dele, não perdi tempo: se o senhor abre mão, posso leva a bolsa? Ele respondeu imediatamente que sim. Agradeci e perguntei de onde ele era no Brasil. “Sou o presidente da RCA Victor”, uma importante gravadora de discos da época. Com isso, Carmen ganhou de presente uma bolsa que não iria ter para curtir nos shoppings de Brasilia e do Rio de Janeiro.
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