Carioca, jornalista com vários anos de estrada, torcedora do Fluminense, Martha Correa trabalhou vários anos na reportagem da Tv Globo do Rio de Janeiro. Depois, foi transferida para Brasilia onde está até hoje. Vejam três histórias deliciosas que ela conta do seu tempo de cobertura do carnaval do Rio.
a) Na época em que eu estava na Tv Globo do Rio, os chefes de reportagem destacavam repórteres especialmente para acompanhar Dona Zica, viúva do Cartola, e dona Neuma, duas figuras históricas da Estação Primeira de Mangueira. Elas sempre se emocionavam com o desfile da Escola e podiam passar mal. Já pensou perder a imagem???
b) A Mangueira sempre foi a preferida da imprensa, artistas e intelectuais cariocas. Em 1992 a Escola prestou homenagem a Tom Jobim. Eu estava cobrindo o desfile da Verde e Rosa e, ao final, consegui driblar os seguranças e subi no carro alegórico onde o “maestro” estava. Fiz uma entrevista com ele ainda emocionado pelo sucesso da passagem da Mangueira e o acolhimento do público do Sambódromo.
c) A cobertura dos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro podia ser cansativa em razão da quantidade de horas que passávamos trabalhando, em média 12 a 14 horas, mas a oportunidade de participar da festa, ao lado de tantas figuras históricas do Carnaval carioca, sentir a vibração do público à entrada de cada agremiação, compensava o sacrifício. Não há emoção maior do que ouvir os primeiros sons das baterias anunciando o começo do desfile, o chamado “esquenta”.