Eu e Carlos Alberto Pintinho somos amigos desde 1973. Ano que vem completamos cinco décadas de amizade. Conheci quando ele residia em um apartamento na rua Conde de Bonfim, na Tijuca. Depois ele comprou uma bela casa no Humaitá e, assim como na Tijuca, levou para morar com ele a sua avó Elza (uma doçura de pessoa) e seu irmão Paulo, uma figuraça. Deixei o Rio de Janeiro e fui trabalhar em Brasília em 1975. Pintinho deixou o Brasil e foi jogar no Sevilha logo depois. Mesmo assim, mantivemos a longa amizade. Com o advento do WhatsApp ficou mais fácil o contato. Conversamos com muita frequência. Todas as suas mensagens são escritas em espanhol.
Poucos se lembram mas o Carlinhos, como sempre o chamei, entrou pela primeira vez em campo com a camisa do Fluminense no dia 12 de maio de 1973. Tinha apenas 17 anos 10 meses e 26 dias. Ele nasceu no Rio de Janeiro em 25 de junho de 1955. Atuou 387 vezes em quarenta campeonatos diferentes. Foi campeão pelo Fluminense nos Campeonatos Carioca de 1973, 1975, 1976 e 1984. Saiu vitorioso no Trofeu Teresa Herrera de 1977, Torneio de Paris 1976 e Torneio de Viña Del Mar do mesmo ano. Fez 23 gols no período profissional com a camisa tricolor (seu time de coração). Foram 21 com o pé, 1 de falta e 1 de cabeça. Nunca perdeu um pênalti.
Entre os gols está o primeiro gol do Fluminense na histórica semifinal do Campeonato Brasileiro de 1976 contra o Corinthians no Maracanã. O time tricolor era chamado por todas as torcidas de Máquina mas como tinha um elenco muito técnico, acabou perdendo para o Timão devido ao aguaceiro que castigou o Rio naquela oportunidade. O clube paulista tinha um time pesado e ganhava todas as disputas de bola no campo que mais parecia uma piscina. O jogo foi disputado no dia 5 de dezembro de 1976, arbitragem de Saul Mendes, com um público de 176.043 torcedores ( a maior parte, por incrível que pareça, de corintianos). O time tricolor entrou em campo com a seguinte escalação: Renato (outro grande amigo que tenho amizade até hoje. Ele mora em Uberlândia, no Triângulo Mineiro), Rubens Gálaxe, Carlos Alberto Torres, Edinho ( um amigo daquela época mas que perdi o contato) e Rodrigues Neto; Carlos Alberto Pintinho, Kleber (um grande amigo que nos deixou muito cedo) e Rivellino; Gil, Doval e Dirceu. O treinador era Mário Travaglini.
A verdade é que os deuses do futebol não queriam que o Fluminense saísse campeão. Seu jogo de despedida das Laranjeiras ocorreu no dia 27 de fevereiro de 1985, um empate de 0x0 contra o Flamengo no Maracanã pelo Campeonato Brasileiro. O árbitro da partida foi José de Assis Aragao. Pintinho estava com 22 anos 3 meses e 24 dias. Foi vendido para o Vasco e pouco tempo depois seguiu para o Sevilha, na Espanha onde reside até hoje e não pretende voltar. Sao quase 40 anos vivendo na Espanha.
Pela seleção brasileira principal nunca perdeu uma partida. Disputou seis jogos, sendo três vitórias e três empates. Também atuou na seleção olímpica, em quatro ocasiões, com duas derrotas e dois empates.