O que Osório Duque-Estrada, autor da letra do Hino Nacional brasileiro, e o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) tem em comum ? Ambos nasceram em Vassouras, na região centro-sul do estado do Rio de Janeiro. Duque Estrada era professor e ensaísta. Seu primeiro livro, um livro de poemas, foi Alvéolos (1886). Foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Seu poema de 1909, em versos decassílabos, foi oficializado como letra do Hino Nacional brasileiro por meio do Decreto nº 15 671, do presidente Epitácio Pessoa, em 6 de setembro de 1922, véspera do Centenário da Independência do Brasil. Nasceu no dia 29 de abril de 1870, vindo a falecer em 5 de fevereiro de 1927, no Rio de Janeiro, aos 56 anos. Barroso nasceu em 11 de março de 1958 e será, sucessivamente, o próximo vice e depois presidente do STF.
Duque-Estrada foi eleito em 25 de novembro de 1915 para a cadeira número 17 da ABL, na sucessão de Sílvio Romero, nascido em Lagarto, estado de Sergipe, e um dos fundados da ABL. Era filho do tenente-coronel Luís de Azeredo Coutinho Duque-Estrada e de Mariana Delfim Duque-Estrada. Era afilhado do general Osório, marquês do Erval. Estudou as primeiras letras na capital do antigo império, nos colégios Almeida Martins, Aquino e Meneses Vieira. Matriculou-se em 1882 no imperial Colégio Pedro II, onde recebeu o grau de bacharel em letras, em dezembro de 1888. Em 1886, ao completar o quinto ano do curso, publicou o primeiro livro de versos, Alvéolos.
Começou a colaborar na imprensa, em 1887, escrevendo os primeiros ensaios na Cidade do Rio, como um dos auxiliares de José do Patrocínio na campanha da abolição. No ano seguinte foi para São Paulo, a fim de se matricular na Faculdade de Direito, entrando nesse mesmo ano para a redação do Diário Mercantil. Abandonou o curso de Direito em 1891 para se dedicar à diplomacia, sendo então nomeado segundo secretário de legação no Paraguai, onde permaneceu por um ano.
Regressou ao Brasil, abandonando de vez a carreira diplomática. Fixou residência em Minas Gerais, de 1893 a 1896. Aí redigiu o Eco de Cataguases. Nos anos de 1896, 1899 e 1900 foi sucessivamente inspetor geral do ensino, por concurso; bibliotecário do Estado do Rio de Janeiro e professor de francês do Ginásio de Petrópolis, cargo que exerceu até voltar para a cidade do Rio de Janeiro, em 1902, sendo nomeado regente interino da cadeira de História Geral do Brasil, no Colégio Pedro II.
Duque Estrada foi substituído na ABL por Edgard Roquette-Pinto, médico legista, professor, escritor, antropólogo, etnólogo e ensaísta brasileiro. É considerado o pai da radiodifusão no Brasil. Criador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, com o intuito de difundir a educação por este meio, por volta de 1923.