Durante os quarenta anos que morei em Brasília tive a oportunidade de fazer grandes amizades. Hoje, mesmo voltando a residir no minha cidade, o Rio de Janeiro, mantenho várias dessas amizades. O WhattsApp ajuda muito, bem como o Facebook e o Instagram. Gostaria de destacar dois grandes profissionais, um na área médica e outro no jornalismo. Mario Nelson Duarte, hoje morando em Teresópolis, um dos melhores repórteres políticos da história da capital federal e o ortopedista Flory Machado, gaúcho mas radicado em Brasília há muitos anos.
Hoje (05.01.21) postei uma foto minha com o Flory Machado no Instagram. Imediatamente, recebi a seguinte mensagem do Mário Nélson Duarte:
“Tamana, obrigado por trazer de volta o velho cientista dos joelhos, dos tornozelos e dos ligamentos de todos os craques de nossa juventude (inclusive nós!!!).
Mas Flory ia muito além disso.
Eu estava em Manaus, cobrindo dois jogos do Ceub (ele era o médico do time), quando me bateu uma enxaqueca. Daquelas brabas. De vomitar, ter vontade de morrer com a luz de um fósforo, de ouvir uma banda inteira de metaleiros quando diziam meu nome, baixinho.
E de noite teria de estar de latinha na mão, para fazer o jogo para a nossa Rádio Nacional!!!
“Que cara é essa, Mario Nelson?”
“Tá, vai descansar e toma esse comprimido que amanhã você estará bom”
“Transmitir hoje à noite? Como? Você não está conseguindo nem abrir os olhos e a boca!”.
“Péraí. Marreta ( massagista), faz um coquetel de Novalgina, Plasil e Glicose e mete na veia desse índio velho”.
Eu só calado, sem forças para sequer responder à sequência de ordens e comentários dele. Mas, depois que o Marreta me mandou uma “francesa” (essa é para quem acompanha turfe), já fui correndo para a cabine, fiz o jogo todo e ainda saí para comemorar com os irmãos Péres a vitória.
Acho que ele nem lembra disso. Mas eu nunca esqueço duas coisas na vida: uma sacanagem e um socorro generoso. E o Dr. Flory está nessa segunda lista, que eu guardo no coração.
Valeu por tudo, Dr. Flory Machado Sobrinho!”