Meu velho amigo baiano/carioca/brasiliense Emerson Sousa, o popular “Careca”, um dos melhores repórteres de política de Brasília, tem muita história para contar no dia a dia da cobertura jornalística na capital federal. Integrei o Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto durante alguns anos com essas duas figuras, Emerson e Augusto. Trabalhava muito mas dava muita gargalhada com a dupla, um da Folha de S.Paulo e o outro do Estadão. Vamos nos divertir. Conta “Careca”:
“Augusto de Freitas, infelizmemte já falecido, era um excelente repórter setorista pelo jornal O Estado de Sao Paulo no Palácio do Planalto. Augusto era chegado a uma caninha “da boa”. Levou até apelido de “Augusto Cachaça”, mas nos ultimos anos de vida parou de beber. O incrível é que quando bebia seu texto jornalístico que já era muito bom, ficava um primor. Natural de Nisia Floresta, no Rio Grande do Norte, costumava dizer aos colegas de cobertura palaciana que quando o presidente Figueiredo visitasse Natal, levaria a todos para “tomar umas no melhor boteco do Nordeste” , dizia exultante. Segundo ele, um “pé sujo” de um portugues onde se bebia a cerveja mais gelada da regiao e uma saborosa manjubinha frita no mesmo óleo de sete dias. Enfim chegou o dia de uma visita de Figueiredo a Natal. Como de praxe a imprensa credenciada vai na véspera da chegada do presidente. Augusto logo cedo, no hotel, avisou ao grupo de jornalistas de Brasilia encarregados da cobertur da viagem que, ah noite, levaria a todos pro boteco do Joaquim Manoel. Por volta das 9 horas da noite a kombi da imprensa despejou todo o grupo na porta do pé sujo. Joaquim Manoel ao avistar Augusto puxando o grupo lá na calçada gritou: “Augusto, meu gajo favorito, que prazer ver voce de volta”. E se abraçaram, o portugues logo abriu várias cervejas e mandou a moca da cozinha fritar manjubinhas para a turma. Foi quando Augusto comecou a perguntar pelos frequentadores assiduos do bar:
“Manel, e o Zé Muleta?”
E Manel: “Morreu” e Augusto: “De qué? ”
E Manel: “De cirrose hepática”.
” E o neguinho Pé na bosta?” Indagava Augusto.
E Manel: “Também morreu”.
“De que^ ” Voltou a perguntar Augusto. E Manel: ” De pancreatite”.
E Augusto lamentando queria notícia do Gaguinho. E Manel, ” tambem morreu”.
E Augusto: “De que^ morreu Gaguinho?”
E Manel: “De anorexia alcoólica”. Inconformado Augusto ainda perguntou por Paulo Caroço. E Manel: “Também morreu”, disse.
“Mas de qué?”
E Manel, ” Gastrite ulcerosa”.
Foi ai que Augusto se virando para os colegas que ele tinha levado pro bar, lascou essa:
“Tao vendo, como eu disse, aqui só bebe profissional”.