Hoje (08) perdemos mais um colega – e dos bons – do jornalismo em Brasília. Edson Luiz, o Edinho, partiu vitimado pela pandemia. Natural do Acre, Edinho estava em Brasília há muitos anos. Em sua homenagem, publico uma linda história contada pelo excelente repórter-fotográfico Gustavo Miranda, meu vizinho de longos anos no Leblon. Em Brasília, eu e Gustavo trabalhamos juntos e tivemos a oportunidade de participar de grandes coberturas jornalísticas no Brasil e no exterior.
Conta Gustavo:
“Conheci o Edson Luiz em maio de 1992 quando o governador Edmundo Pinto do Acre foi assassinado num hotel em São Paulo. O corpo foi mandado para Rio Branco para ser velado no Palácio do Governo. Equipes da imprensa foram deslocadas de Brasília, num voo noturno para a capital do Acre para no dia seguinte acompanhar o velório e o enterro. O Globo não conseguiu vaga nesse voo e só me mandou no dia seguinte pela manhã. Cheguei em Rio Branco por volta de meio dia “vendido” e a primeira coisa que fiz no aeroporto foi ligar para o Edinho que era correspondente do Globo para a região norte e trabalhava num jornal local. Passei no jornal dele e seguimos juntos para o velório. Na esquina do palácio a policia parou o trânsito para a chegada do Vice-Governador Romildo Magalhães. Edinho me alertou: Olha lá, é o vice chegando no velório, ele é suspeito do crime. Abri a porta do carro, sai correndo e consegui entrar junto do vice no palácio. Romildo Magalhães parou 1 minuto na beira do caixão, eu fiz a foto estranhando que não havia ninguém da imprensa ali e ele seguiu para os fundos do prédio para encontrar e cumprimentar a viúva. Lá, na porta de uma sala onde o vice entrou, estava toda a imprensa tentando fazer imagens desse encontro. Percebi que tinha uma foto exclusiva do principal suspeito e do defunto ilustre. No dia seguinte a foto foi capa em todos os jornais do país num furambaço me jogado no colo pelo Edinho. RIP meu amigo.”