No final dos anos 60, minha mulher Maria del Carmen Peón Tamanini, cursava o ginásio no Colégio Estadual Serafim Silva Neto, na praia Vermelha, próximo ao bairro da Urca ( onde residia ), no Rio de Janeiro. No 7 de setembro era tradição os colégios públicos desfilarem na área militar do Exército no bairro Leme em homenagem à Independência.
Naquela época havia uma grande rivalidade entre os rapazes da Urca com a turma do Leme. Os alunas uniformizadas para o desfile. O emblema dos uniformes denunciavam que os rapazes estudavam na Urca. Quando terminava o desfile, a porrada comia.
A turma da Urca não podia nem pegar o ônibus para voltar para casa. Era obrigada a correr em disparada pelo túnel que separa os dois bairros. Todos voltavam com as camisas da escola toda rasgada e com escoriações pelo corpo. Ja as estudantes, em virtude do cavalheirismo que havia naquela época, voltavam para a Urca com seus cabelos super penteados e com a roupa do colégio toda engomada pelas mães para a data comemorativa.
A situação se repetia com os meninos e as meninas que moravam no Leme. A turma masculina também sofria escoriações e ficava com a roupa rasgada após o desfile dos colégios no dia em homenagem à pátria.
Quando a situação se repetia em outras ocasiões, quando a turma do Leme resolvia ir à Urca, a porrada também comia solta.
