Essa história ocorreu comigo quando estava visitando Copenhagen em junho de 2018. Os alunos brasilienses que cursaram inglês entre 1972 e 1986 na Thomaz Jefferson, Cultura Inglesa, IBI e no CEUB certamente foram alunos da professora Fátima Andersen. Nascida em Goa, na Índia, Fátima ainda jovem ganhou uma bolsa de estudos e rumou para Londres onde aprendeu a falar e escrever com fluência a língua inglesa. Depois, mudou-se para Lisboa onde também aprendeu a falar e escrever com fluência a língua portuguesa.
Trilíngue, Fátima recebeu um convite para morar no Brasil, mais precisamente em Brasília. Convite aceito, mudou de mala e cuia para a capital da Republica. “Foram os melhores anos da minha vida. A cidade era muito tranquila e acolhedora”, disse Fátima para um grupo de brasileiros que visitava Copenhagen, capital da Dinamarca, e onde reside com o marido há 32 anos.
Fátima lembra com saudades do seu endereço na capital federal: QL 5 conjunto 10 casa 16. Desde que deixou a cidade, ela já voltou três vezes. Em todas as visitas ela se hospeda no mesmo endereço porque “neste local mora uma família que convivo há muitos anos”.
Fátima morou também em Brasília na Península dos Ministros. Lá, fez amizades com figuras importantes do mundo diplomático e acabou sendo convidada para lecionar a língua inglesa para alunos que cursavam o Instituto Rio Branco. Muitos embaixadores passaram por suas mãos.
Desde que chegou à Dinamarca, Fátima trabalha com turismo. Aprendeu a língua local e recebe com frequência grupos de brasileiros que visitam a Escandinávia. Na conversa com os brasileiros, Fátima revela o seu entusiasmo com o país que a acolheu nas últimas três décadas. Educação, saúde, segurança, comida de qualidade- principalmente pescado e carne de porco – baixo índice de desemprego, corrupção quase Imperceptível e com o governo local cuidando de todos sempre que precisam.
Ao final da conversa com os brasileiros, a sempre simpática e sorridente Fátima ganhou de presente de um carioca um chaveiro com o escudo do Fluminense. Agradeceu mas revelou que durante o seu período de Brasil torcia para o Vasco da Gama , do Rio de Janeiro.
Na hora da foto, um largo sorriso e uma preocupação: “meus queridos ex-alunos vão dizer : como está velhinha a minha professora!”. Vaidosa, não revelou em nenhum momento a data de nascimento. Mas admitiu que “sou muito feliz. E mandou um abraço para todos os meus queridos ex-alunos brasiliense”.
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