O paraquedista Joilson Sodre trabalhou 54 anos no Ministério das Relações Exteriores. Começou no Rio de Janeiro e depois foi transferido para Brasília. Sua última atuação foi no consulado do Brasil em Letícia na Colômbia. Hoje, aposentado, divide o tempo entre capital federal e a fazenda que tem em Governador Valadares (MG).
No início de Itamaraty, ainda no Rio de Janeiro, morava no Engenho Novo e era muito amigo do vascaíno Valdivino Siqueira, dono do restaurante que ficava dentro do prédio do MRE na rua Marechal Floriano 196, bem próximo do Campo de Santana, na região central da cidade. Valdivino morava em Quintino, em frente à casa do pai do Zico.
Várias vezes ele dava carona para aquele menino franzino que identificava como irmão do Edu. No meio do caminho, com Zico de carona, ele parava no Engenheiro Novo e dava carona também para o baiano de Jequié, Joilson. “Esse menino joga mais do que o irmão Edu do América”, dizia Valdivino. Joilson, que sempre gostou de futebol, refutava: “jogar mais do que o Edu, impossível”. O dono do restaurante pedia apenas que ele guardasse esse nome: Zico.
Quando chegava no relógio da Central, Valdivino parava o carro para deixar o carona Zico. Este, atravessava a rua e pegava um ônibus para a Gávea onde ia treinar no Flamengo.
O tempo passou e Joilson foi transferido para o Itamaraty em Brasília. Zico, após abandonar o futebol, virou secretário de Esportes do governo Collor e também foi residir em Brasília. Os dois se encontraram em uma “pelada” tradicional na casa do Lourival Novaes, nas noites de quarta-feira no Park Way. Joilson contou a história das caronas e Zico lembrou do vizinho vascaíno. Nao lembrava do Joilson mas disse que “sempre que ia de carona com o Valdivino ele parava no Engenho Novo para pegar um amigo”. Joilson respondeu: era eu.
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