Pedi ao meu amigo Sérgio Frazão do Couto, ex-presidente da OAB do Pará, ex-conselheiro federal da OAB e ex-integrante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), para contar como foi que ele saiu de Belém, sua terra natal e foi morar no Rio de Janeiro. Sérgio Couto, uma figura muito divertida, com ou sem água que passarinho não bebe, atualmente advogada na capital paraense.
” Fui “exilado”, em 1968, daqui de Belém, no Pará, para o Rio de Janeiro, porque andava metido com a esquerda festiva da Universidade Federal do Pará. Havíamos fundado um jornal panfletário, contra o Decreto 477 (Acordo Mec-Usaid), contra a reforma universitária. Era o “Opinião”, cuja história contei quando fui empossado como imortal da APJ-Academia Paraense de Jornalismo. Papai era amigo do chefe do SNI daqui (Cel. Chamilot) que alertou:- “Couto, o teu filho anda metido com a esquerda. Já prenderam ele umas duas ou três vezes mas mandei soltar logo. Ele vai acabar arrumando encrenca. Manda ele estudar em outro lugar”. Assim fui para o Rio de Janeiro onde fui aluno dos maiores mestres do Direito daquela época. Perdi contato com todos. Até porque não me considerava “formando” pela Nacional (onde só cursei o último ano, com péssimas notas) e, sim, por aqui. Ano passado, completamos 50 anos de formado. Comemoramos aqui. Tentei contato com os colegas da Nacional, mas desisti”.