Na minha época de subsecretário de imprensa do Palácio do Planalto, recebi um pedido da Luciana Guimaraes Leoni Ramos, então chefe de gabinete do vice-presidente Itamar Franco.
Tamanini – disse Luciana – o dr Itamar pediu que você indicasse um fotógrafo para registrar o dia a dia da vice-presidência. Imediatamente, liguei para o meu velho amigo José Cruz (irmão de Adauto Cruz e Antonio Cruz Francisco ), uma figura ótima e um profissional de mão cheia da fotografia. Zé Cruz preferiu continuar na Radiobras. Convidei então outro velho amigo, do mesmo quilate do Zé Cruz, o Getulio Gurgel.
Getulinho aceitou e dias depois já estava trabalhando na vice-presidência da República. Tempos depois, Dr Itamar assumiu o governo e manteve Getulinho, agora como fotógrafo do presidente da República. Itamar saiu e assumiu FHC. Getulinho, por suas qualidades profissionais e humanas, foi convidado a continuar no cargo.
Hoje, já aposentado, o maior pão duro que conheci na vida, Getulinho voltou a morar em sua cidade natal, Tiros, no interior de Minas Gerais.
Recebi a seguinte mensagem do meu velho amigo, o vascaíno e sergipano Aécio Amado, carinhosamente chamado pelo Emerson Souza de Aléssio:
Tamanini, Getulinho era tão mão fechada que, nas viagens para o exterior, para não gastar os dólares das diárias, ele levava uma bolsa cheia de miojo e latas de sardinha. Ele passava a viagem toda comendo miojo com sardinha, e ainda vendia parte do seu estoque para outros pão duro do escav (escalão avançado)