Essa história foi contada pelo saudoso José Escarlarte, com quem aprendi muito durante o tempo em que ele foi diretor de jornalismo da Empresa Brasileira de Notícias (EBN) e eu repórter da empresa. Escarlarte era torcedor doente do Fluminense, assim como eu, e adorava tomar uma soda limonada. Fiz dezenas de viagens pela EBN junto com o saudoso Jair Cardoso. Cardosão, como eu o chamava, era uma figura maravilhosa.
Em razão do atrito com o editor de fotografia do Jornal do Brasil, no episódio da foto do presidente Emilio Garrastazu Médici com o touro premiado, quando colocou na legenda que “o presidente é o de gravata”, levei o Jair Cardoso para a EBN, onde reforçou o time de fotojornalistas, que já era forte. Lutando pelos direitos dos fotógrafos atuou no Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e foi presidente do Clube da Imprensa, onde lutou em busca de um patrocinador. Em seguida, a EBN recebeu a Sonja Rego, que trabalhava com o Jair. Com a saida do Renato Pinheiro (que foi fotógrafo do Getúlio Vargas), Jair Cardoso foi requisitado para o Palácio do Planalto, onde chefiou o Setor de Credenciamento e Viagens.
No trato com os colegas era maneiroso. “Não, meu camaradinha, ai não pode. Vamos procurar outro lugar”, dizia, e era atendido. E assim foi levando a vida.
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