Sonia Romeiro, mais conhecida como Soninha, funcionária exemplar da antiga Radiobras e requisitada pela secretaria de imprensa do Palácio do Planalto no governo Collor, foi a primeira servidora a entrar de bermuda nas dependências da Presidência da República.
Na época, as mulheres usavam muita bermuda de linho, camisa de linho, todas muito arrumadas. Sonia foi então vestida desse jeito, com meia por baixo, sapato de salto para gravar um pronunciamento do presidente Fernando Collor para ser transmitido em rede nacional de rádio e televisão. Todo esquema de gravação montado no terceiro andar do Palácio mas o presidente da República teve outros compromissos e acabou adiando a gravação. A equipe de gravação foi liberada para almoçar.
Na escada que dá acesso ao segundo andar os seguranças cercaram Sonia e indagaram como ela tinha entrado no Palácio usando aquele traje. Sonia respondeu com muita tranqüilidade: como faço todos os dias , pela entrada principal. O segurança disse que ela não poderia voltar usando aquela roupa. Sonia então pediu a ele que avisasse ao presidente Collor que não poderia gravar o pronunciamento porque tinha sido barrada. Os seguranças se entreolharam e decidiram liberar a funcionária para permanecer no ambiente de trabalho.
Cláudio, do Centro de Memória do Palácio, sempre que encontra até hoje com Sonia repete: Soninha foi a primeira mulher a entrar de bermuda no Palácio do Planalto.
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