Fomos cobrir uma viagem do então presidente da República, José Sarney ao interior de Rondônia. A Presidência da República colocou um pequeno avião da FAB para o deslocamento dos jornalistas credenciados, uma vez que o transporte aéreo oficial era o único meio de deslocamento naquela região. No retorno a Porto Velho, a repórter da Tv Globo, Valéria Sfair (a querida mineira de Juiz de Fora que nos deixou tão cedo) estava angustiada porque chegava a hora do Jornal Nacional ir para o ar e ela estava dentro de um avião e não podia falar com a redação em Brasília ou no Rio de Janeiro (lembro que naquela época não existia celular.
A aeronave tinha um telefone bem velho, daqueles da segunda guerra mundial, e que não funcionava há muitos anos. Procurei o comandante e pedi a ele para avisar que tinha uma ligação de Brasília para a repórter Valéria Sfair. O comandante usou o serviço de auto-falante e nunca vi uma pessoa tão alegre em poder usar um telefone a bordo. Valéria pegou o aparelho numa velocidade de Fórmula Um e dizia: alô, alô Brasília, alô redação, aqui é Valéria, tenho notícias importante para o JN. Em poucos segundos, ela caiu na realidade. Era uma brincadeira. Valéria não teve dúvidas de quem era o autor. E disse, bem alto, Tamanini, você é um filho …. Fomos rindo até o pouso em Porto Velho. O JN foi para o ar sem as informações da Valéria.