Do meu velho amigo e um dos maiores repórteres de política em Brasília, carioca, torcedor apaixonado do Flamengo e hoje, aposentado, morando em Teresópolis, região serra do Rio de Janeiro:
” Há cinquenta anos morria Gentil Cardoso.
“Quem???”, perguntam aqueles que acham que “maior de todos os tempos” é uma lista das últimas duas décadas.
Pois o “Preto Velho” (ele mesmo se chamava assim) foi o criador de alguns dos principais pilares do futebol moderno.
Avesso aos rigorosos sistemas científicos e esquemáticos (nada contra! Fleitas Solich fez o grande Flamengo revolucionando a armação do time em campo), Gentil Cardoso primeiro furou a barreira feroz do racismo à beira do campo, mesmo sabendo que só ia pegar as podres (tipo, por exemplo, salvar hoje o Cruzeiro de cair para a Terceirona. Tá feia a coisa, Salvador Sícoli Filho!).
E comentava, amargo e objetivo: “Quando é para comer goiabada com Catupiry, ninguém lembra de mim. Mas se o prato é de jiló, chamam logo o Preto Velho”.
Suas orientações aos jogadores eram certeiras e até hoje basilares: “quem desloca recebe, quem pede tem preferência”, “a cabeça é o terceiro pé” (matando de ódio os atacantes-bonecas, com seus cabelos engomados). E mais uma porção.
Obrigado, Seu Gentil. A magia do futebol tem uma grande dívida com o Senhor.”
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