Há 34 anos, no dia 21 de agosto de 1989, morria vítima de parada cardíaca em seu apartamento em São Paulo, o baiano maluco beleza e pai do rock nacional Raul Santos Seixas. Cantor, compositor, produtor e multiinstrumentista Raul Seixas, se fosse vivo, teria completado no último dia 28 de junho, 78 anos. Sua obra musical é composta por dezessete discos lançados durante 26 anos de carreira. Seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock e baião. Raul Seixas tinha um estilo musical que era chamado de “contestador e místico”. Isso se deve aos ideais que defendia, como a Sociedade Alternativa apresentada no álbum Gita, lançado em 1974, influenciado por figuras como o ocultista britânico Aleister Crowley.
O maluco beleza Raul (1945/1989) Raul Seixas sempre que vinha ao Rio de Janeiro, procedente da Bahia, de São Paulo os dos Estados Unidos, se hospedava na casa dos primos Horácio e Heloisa Seixas, hoje casada com o escritor Ruy Castro, no Edifício dos Jornalistas, um conjunto de três edifícios erguidos na rua Ataulfo de Paiva, 50, no Leblon, Rio de Janeiro. Desde criança quem morava em um dos prédios, o de cor amarela, o mesmo dos primos do cantor, era o jornalista Gustavo Miranda, que durante muitos anos trabalhou na sucursal do jornal O Globo em Brasília. “Cansei de ver o Raul Seixas na portaria do prédio”.
Quem morava no mesmo prédio era outro amigo de infância do Gustavo: Cláudio Urubu. Raul e o Cláudio ficaram amigos e fizeram parceira em algumas músicas, como a famosa “Maluco Beleza”. Por muito tempo o Edificio dos Jornalistas foram os maiores prédios de toda Ipanema e Leblon. Seus quinze andares constavam de cartas náuticas para orientar os navios que chegavam ao Porto do Rio de Janeiro. De qualquer ponto das praias de Ipanema ou Leblon era possível avistá-los.
Segundo Gustavo Miranda, um torcedor apaixonado do Clube de Regatas do Flamengo, Raul morava, se não me falha a memória, do outro lado do canal que separa os dois bairros, na rua Epitácio Pessoa. Por isso, estava sempre no Leblon”, disse Gustavo com muita saudade daqueles bons tempos.
Raul Santos Seixas nasceu às 8 horas da manhã em 28 de junho de 1945 numa família de classe média baiana, a qual vivia na Avenida Sete de Setembro, Salvador. Seu pai, Raul Varella Seixas, era engenheiro da estrada de ferro e sua mãe, Maria Eugênia Santos Seixas, se dedicava às atividades domésticas. Em julho de 1945, foi registrado no Cartório de Registro Civil de Salvador com o nome do pai e do avô paterno. Em 16 de setembro, batizaram-no na Igreja Matriz da Boa Viagem. Em 4 de dezembro de 1948, nasceu o único irmão de Raul, Plínio Santos Seixas, com quem teria um bom relacionamento durante sua infância. Seus estudos começaram em 1952, quando passou a frequentar o curso primário, estudando com a professora Sônia Bahia, e depois de concluído o curso em 1956, fundou o Club dos Cigarros com alguns amigos.
O sofrível desempenho escolar de Raul se iniciaria em 1957, quando ingressou no Colégio São Bento, onde foi reprovado na 2.ª série por três anos.[15] Um dos motivos da reprovação, segundo alguns biógrafos, é que ele, em vez de ir assistir as aulas, ouvia rock and roll — em seus primórdios — na loja Cantinho da Música. Em 13 de julho de 1959, Raul Seixas fundou o Elvis Rock Club com o amigo Waldir Serrão. Segundo amigos, foi através de Serrão que Raul Seixas começou a sair de casa e a manter uma vida social mais ampla.
A família resolveu matricular Raul num colégio de padres, o Colégio Interno Marista, onde chegou à 3.ª série em 1960, mas acabou repetindo o estágio em 1961. Nessa época, Raul começou a se interessar pela leitura, pois seu pai, que amava livros, possuía uma vasta biblioteca em casa.
Na manhã do dia 21 de agosto de 1989, Raul Seixas foi encontrado morto sobre a cama, por volta das oito horas da manhã em seu apartamento em São Paulo, vítima de uma parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante.