Duas goleadas históricas marcaram a vida do Sport Clube Mangueira, fundado em 29 de julho de 1906 por operários da fábrica “Chapéus Mangueira”, o time rubro-negro – bem diferente da escola de samba – ficava localizado na verdade, na Tijuca, bairro mais requintado do que o famoso morro da Mangueira. No dia 30 de maio de 1909, no antigo campo da rua Voluntários da Pátria, do Botafogo, o SC Mangueira perdeu por um resultado espantoso: Botafogo 24 x 0 Mangueira, na maior goleada da história do futebol brasileiro. O estádio do Mangueira ficava localizado na rua Desembargador Isidro, onde hoje está instalado parte do clube Tijuca Tênis Clube
Antes de completar dois anos de vida, o time já se mostrava um desastre. Além do Botafogo, outro clube carioca marcou seu nome contra o Mangueira. A maior goleada da história do Flamengo também foi em cima do rubro-negro tijucano. O clube da Gávea venceu por 16 x 2. O SC Mangueira participou de onze campeonatos cariocas (1909, 1912 e 1913, 1917 a 1924) e sua melhor colocação foi um oitavo lugar entre dez equipes.
Com tantos resultados ruins, o time foi enfraquecendo até entrar na onda do fim das antigas fábricas, que marcou também a extinção de diversos clubes cariocas. Cerca de 30 times encerraram suas atividades. Em 1927, o Mangueira foi então extinto. A equipe foi incorporada ao Flamengo, que possuía as mesmas cores. Hoje em dia, só restou o recorde, que também é negativo. O Sport Club Mangueira, uma das equipes mais antigas do futebol carioca que terminou antes mesmo do nascimento da famosa escola de samba. Diferente da linda história da Estação Primeira, o Sport Club não conseguiu viver dias de glória.
O local em que ficava localizada a fábrica era conhecido pela grande produção de mangas (sim, a fruta). A partir desse ponto de referência, a fábrica, então chamada de “Fábrica de Fernandes Braga”, passou a se chamar “Fábrica de Chapéus Mangueira”. Consequentemente, tudo ao seu redor também foram sendo batizadas assim. Desde a estação de trem, até às elevações que formam o morro. A maior parte dos funcionários da fábrica morava na Mangueira. O clube entrou literalmente para a história, inclusive, no livro dos recordes. ,
Um ano depois do fim da equipe, em 1928, surgiu então a Estação Primeira de Mangueira. A segunda escola de samba que mais venceu títulos no carnaval carioca. Dessa vez, a história foi bem diferente. A Mangueira hoje é um dos maiores orgulhos da comunidade e tem papel fundamental no carnaval.