Tenho uma história interessante envolvendo meus filhos Daniela e Rafael e o saudoso cantor Claudinho, da dupla Claudinho & Buchecha.
Resolvemos – eu, Carmen e as crianças – passar um final de semana em Caldas Novas. Saímos de casa numa sexta-feira e quando chegamos na cidade das águas quentes de Goiás, minha filha logo visualizou um cartaz anunciando um show , na noite de sábado , em um clube social, da dupla de maior sucesso na época, Claudinho & Buchecha.
No sábado pela manha comprei o ingresso e à noite fomos todos para o show. Daniela estava radiante. Eu, Carmen e Rafael, não tínhamos tanto animo. O show estava marcado para começar às 21 horas. Já eram 23 horas e nada. O show de demorou demais para começar. Já estava impaciente quando um locutor, finalmente, anunciou o início da apresentação.
No domingo, voltamos para casa em Brasília, uma vez que na segunda-feira tinha que viajar a trabalho para o Rio de Janeiro.
Logo cedo fui para o aeroporto acompanhado do meu filho Rafael. Estava de terno preto, todo elegante, porque iria deixar o Rafael com os avós no Leblon e seguiria direto para o compromisso na OAB do Rio de Janeiro.
Na sala de embarque, quem eu vejo: a dupla Claudinho & Buchecha. Não perdi a oportunidade de fazer uma brincadeira (quem me conhece sabe que adoro fazer este tipo de brincadeira) e fui até onde eles estavam aguardando o vôo, também para o Rio. Cumprimentei os dois, apresentei o Rafa e disse que minha filha Daniela tinha ficado muito chateada com o atraso do show.
– O senhor estava lá em Caldas Novas, perguntou Claudinho ( o Buchecha era muito tímido). Estava com eles dois e minha mulher, respondi. Claudinho disse que o atraso foi por culpa dos organizadores do evento. E perguntou: como podemos fazer para que sua filha não fique chateada comigo e com o Buchecha?
A Daniela está em casa e, se fosse você, ligaria para ela e explicaria a situação. Claudinho pediu que eu ligasse
no meu celular. Liguei e a Dani atendeu em casa. – estou aqui com a dupla do show de sábado em Caldas Novas e o Claudinho quer falar com você, disse.
Claudinho pegou o meu celular, conversou com a Daniela, explicou a situação e, antes de desligar, cantou para ela a música de sucesso na época. Depois, peguei o celular e me despedi da Dani. “Pai, você continua o mesmo”, disse às gargalhadas.
Embarcamos depois no avião da Varig para o Rio – a dupla foi no mesmo vôo – e nunca mais encontrei com o Claudinho e o Buchecha.
Obs: todos da minha família ficamos chocados com a morte prematura, tempos depois, do Claudinho. Descanse em paz!
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