Na década de 80 eu, José Natal, Irlam Rocha Lima, Mauro Naves (que na época nao era jornalista), o saudoso Lelio Raphanelli, Marcos Lisboa, Luiz Augusto Mendonça, o Luizinho, os saudosos Celson Franco e Claudio Lysias e tantos outros jornalistas, jogávamos futebol nas manhãs de domingo no campo do clube de Imprensa de Brasília.
Irlam, assim como eu, atuava como repórter na área esportiva do Correio Braziliense mas, como todo baiano, tinha outros gosto: a área musical. Um certo domingo estávamos nos preparando para jogar no Clube da Imprensa quando chegou o Irlam acompanhado de um amigo magro, barbudo e com nenhuma pinta que sabia jogar futebol.
Era o João Evangelista de Melo Fortes, cujo nome artístico todos conheciam e cantavam sua música de sucesso: “Menina da ladeira”: João Só. O cantor e compositor tinha feito um show na noite de sábado em Brasília e aceitou o convite do Irlam para jogar futebol com os “periodistas”. Foi um jogo só e nunca mais encontrei com João Só.
Por que lembrei hoje (20.06) do João Só ? Porque no dia de hoje, em 1992, aos 48 anos, João Só estava descansando na casa de familiares em Salvador (BA) – ele nasceu em Teresina (PI) em novembro de 1943 – quando faleceu em decorrência de um infarto, praticamente esquecido pelo grande público.
A música “Menina da ladeira” é tocada até hoje nas emissoras de rádio.
Em homenagem ao saudoso João Só e ao meu amigo de longa data, Irlam Rocha Lima, publico a letra da música quer marcou a carreira do cantor e compositor:
Menina da Ladeira
João Só
Menina que mora na ladeira
E desce a ladeira sem parar (assa, passa passa)
Debaixo do pé da laranjeira
Se senta pra poder descansar
Menina que mora na ladeira
E desce a ladeira sem parar (assa, passa passa)
Debaixo do pé da laranjeira
Se senta pra poder descansar
Silêncio profundo a menina dormiu
Alguém que esperava tão logo partiu, partiu
Partiu para sempre para o infinito
Um grito ouviu
Chorando levanta a menina
Correndo ligeiro sem parar
Debaixo do pé da laranjeira
Há sempre alguém a esperar
Violeiro tocando, estrela a brilhar
Violeiro em prece, em prece ao luar, luar
Tal noite vazia espere a menina
Tão linda não, não vá
Chorando levanta a menina
Correndo ligeiro sem parar (assa, passa passa)
Debaixo do pé da laranjeira
Há sempre alguém a esperar
Há sempre alguém a esperar
Há sempre alguém a esperar
Há sempre alguém a esperar