O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Sepúlveda Pertence, passou o dia de ontem (26.02.96) em seu gabinete, trabalhando em despachos rotineiros.
Pertence havia alegado “problemas de agenda” para não receber Alberto Fujimori. Ele não teve, porém, qualquer compromisso marcado em sua agenda, nem recebeu visitas de autoridades.
O assessor de imprensa do STF, Irineu Tamanini, informou que o ministro esteve preparando o discurso que vai proferir em Austin, no Texas (EUA).
Pertence embarca hoje para os Estados Unidos, onde participa de um simpósio sobre a floresta amazônica e o “papel do Direito”, a convite da Universidade do Texas.
Estará acompanhado do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, e do ministro da Justiça, Nelson Jobim.
O cerimonial do STF havia informado ao Itamaraty que não seria possível a visita de Fujimori diante da “falta de tempo disponível” na agenda de Pertence.
As razões de o encontro com Fujimori não ter sido realizado são políticas. O principal motivo para Pertence ter frustrado a visita foi o golpe de Estado promovido por Fujimori em 92, que culminou com o fechamento da Suprema Corte de Justiça e do Congresso.
O presidente do STF é considerado um juiz de perfil progressista, ideologicamente identificado com a centro-esquerda.
(Texto publicado na Folha de S.Paulo em 27 de fevereiro de 1996)
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