Um pouco mais de um ano após a minha chegada em Brasília em julho de 1975, recebi no dia 26 de agosto de 1976 a notícia do falecimento precoce de um dos maiores jogadores do Flamengo e da Seleção Brasileira, Geraldo Cleófas Dias Alves, então com 22 anos após uma cirurgia requisitada pelo Flamengo para retirar as amígdalas, numa intervenção aparentemente trivial no Hospital Rio-Cor, em Ipanema, no Rio de Janeiro.
Conhecia Geraldo, o Assobiador, por causa do meu amigo Carlos Alberto Pintinho, do Fluminense e também da Seleção Brasileira. Ambos, mesmo atuando em clubes diferentes, estavam sempre juntos. Pintinho morava na Tijuca e Geraldo no Leblon, bem perto do estádio da Gávea. Eu ia sempre aos jogos do Fluminense no ônibus do clube a convite do Zé Roberto, ponta-esquerda do clube e meu vizinho de prédio no Leblon. Em um Fla-Flu a torcida do Flamengo pegou no pé do Geraldo e ele, para evitar problemas com a torcida na saída do estádio do Maracanã, entrou no ônibus do Fluminense. Ficou deitado no chão na parte traseira do ônibus. A saída foi tranquila.
A última vez que vi Geraldo com vida foi em junho de 1975, pouco antes de eu viajar de vez para Brasília. Nos encontramos na rua Carlos Gois, bem perto do Cine Leblon. Geraldo com a sua calca Lee, cabelo black-power e muito gingado no andar. O cumprimento foi rápido. Daqui a pouco – disse ele – vou encontrar com o seu amigo Pintinho. E seguimos nossos caminhos.
No dia do seu falecimento, dia 26 de agosto, uma quinta-feira de manhã ( eu trabalhava `noite como repórter do Correio Braziliense) estava na redação da Tv Brasília discutindo a possibilidade de trabalhar na emissora. A Tv funcionava no SRTVS quadra 701. No mesmo local, anos depois, foi erguido o Centro Empresarial Assis Chateaubriant. Por coincidência, hoje minha filha, a advogada Daniela Tamanini, tem escritório de advocacia.
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