Uma viagem complicada na logística foi a do então presidente Collor ao Forte Coimbra, na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Como fica na beira do Rio Paraguai, seu acesso é complicado, sendo feito de barco desde Corumbá, ou helicóptero.
Os jornalistas se concentraram em Corumbá para serem levados ao Forte em uma operação envolvendo ônibus e pequenos barcos. E eram pequenos, mesmo. Cabiam neles apenas três ou quatro jornalistas, além do piloto. Na saída todos foram sendo direcionados a seus barcos, uns dez ou doze, para iniciarem a viagem.
Angelo Tabet, da assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, percebeu uma pequena demora na saída de um grupo e foi se inteirar da razão. Um dos grandes profissionais da fotografia que estava cobrindo o evento era o saudoso Protásio Nenê, do Estadão.
Conhecido pela competência, bom humor e simpatia, também era pelo seu tamanho. Muito gordo, ninguém se arriscava a entrar no barco com ele, por mais que a todos fosse dito que um acidente seria muito improvável. Após alguma negociação, infrutífera, para definirem os companheiros de bordo do Protásio, ao final ele navegou solitário, confortavelmente instalado em seu barco exclusivo. Ninguém teve coragem de encarar essa aventura pantaneira.”
Do repórter fotográfico Gustavo Miranda, que durante muitos anos trabalhou na sucursal do jornal O Globo em Brasília e hoje voltou a residir no Rio de Janeiro: “Eu estava nessa viagem”